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terça, 19 de novembro de 2024

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Campanha para auxiliar indígenas

Campanha para auxiliar indígenas
17 março
09:01 2017

Domingo às 14h no 37º Piquenique Cultural à Praça Cel. Pedro Osório, mostra fotográfica “De volta pra casa… a retomada Mbya Guarani”. Dez imagens em 40cm x 60cm, autoria da artista visual e fotógrafa Camila Hein, estarão divulgando a luta pela terra de indígenas no Estado. Arrecadação com a venda das fotos, será para os indígenas. Também serão recebecidas doações de roupas e alimentos. Dia 22, a mostra estará na Assembleia Legislativa

Por Carlos Cogoy

Luta pela terra, preservação da cultura, e o exemplo do respeito à natureza. Questões cruciais aos indígenas, que serão debatidas na Assembleia Legislativa. Dia 22 às 10h, acontecerá audiência pública para debater a situação dos “Mbya Guarani”. Trata-se de aldeia no município de Maquiné, que reivindica a área da Fepagro – extinta pelo governador Sartori. As observações são da artista visual e fotógrafa Camila Hein que, no domingo, durante o Piquenique Cultural à Praça Cel. Pedro Osório, estará apresentando mostra fotográfica, divulgará “Manifesto”, comercializará peças artesanais criadas pelos indígenas, e receberá doações de roupas e alimentos. A arrecadação, conforme enfatiza, será revertida aos “Mbya Guarani”, em especial contribuirá para o deslocamento e participação na audiência pública. Camila salienta que a causa indígena é questão que atinge a todos, pois envolve valores solidários e a cultura de preservação da natureza.

Família indígena preserva a identidade e cultura

Família indígena preserva a identidade e cultura

FOTOS – Camila conta como aconteceu o contato: “Atualmente tenho uma terra em Maquiné. É um lugar que tento ir pelo menos uma vez por mês, e onde pretendo morar futuramente. No início do ano passei pela extinta Fepagro, e vi a placa da retomada indígena. Achei interessante os indígenas terem aproveitado tal momento para realizarem o pedido de retomada da terra e fiz uma foto. Alguns dias depois uma conhecida entrou em contato e perguntou se eu gostaria de ir lá e conhecer a aldeia. Levamos alguns alimentos e fomos muito bem recebidos pelo Cacique André que nos recebeu e convidou para que ficássemos mais um pouco. Então, acabamos dormindo lá e tendo o privilégio de conhecer um pouco do funcionamento da aldeia. Tive pouco contato, mas o pouco que tive me tocou muito. Os indígenas ainda hoje têm uma compreensão muito bonita e amorosa com a terra, sabem de sua importância, estão atentos de que sem ela não somos nada. Querem algo que parece muito simples, que é apenas viver como acreditam, de um modo digno. Mas, para isso, precisam do nosso apoio, pois necessitam da terra que sempre foi deles. Quando fotografei não pensei no que iria fazer, não estava com a pretensão de fazer uma exposição ou algo do tipo. Então a única explicação pra isso é que foi o modo que encontrei  de dar meu apoio e mostrar um pouco do dia-a-dia da aldeia”.

EXEMPLO – A fotógrafa ressalta: “A luta indígena tem a ver com a sobrevivência de uma cultura e de um povo, que consegue compreender melhor o lugar onde vivemos, ou seja o planeta Terra. Um povo que é discriminado, ainda hoje exterminado, que tem todos os seus direitos constantemente violados, que são quase invisíveis em nossa sociedade. Já se sabe por exemplo que, nos lugares com indígenas, é muito maior a chance das áreas estarem preservadas. Então, nesse sentido todos ganham. Porém, mais do que isso, todos ganhamos onde há diversidade de culturas, respeito a todos e convivência amigável. Não há por que não apoiarmos a luta indígena. Se somos minimamente compreensivos, saberemos que o mínimo que podemos é fazer com que eles tenham direito à terra”.

MANIFESTO

Imagens narram cotidiano de aldeia em Maquiné

Imagens narram cotidiano de aldeia em Maquiné

Eu apoio a RETOMADA da população indígena Mbya Guarani da terra onde se encontrava a Fepagro, no município de Maquiné/RS:
Porque os indígenas pertencem a esta terra (Brasil) muito antes de qualquer outro povo;

Porque são um povo de uma cultura riquíssima, que se entende como natureza e sabe como cuidar o meio ambiente;

Porque estão até hoje sem espaços de qualidade onde possam viver sua cultura e precisam de um lugar onde a natureza seja abundante para poderem viver da maneira como acreditam;

Porque os velhos, os adultos e principalmente as crianças indígenas precisam de um lugar digno para viver;

Porque já se sabe que, em áreas indígenas, a terra permanece preservada;

Porque onde há diversidade de culturas e respeito as mesmas, todos saem ganhando;

Porque entendo que a cultura indígena deva permanecer viva, assim como os índios; com isso, possibilitando aos futuros moradores do planeta, que possam ter a oportunidade de contato com esse povo, que tem muito a nos ensinar sobre a terra e a forma de viver nela.

Porque os indígenas estão de coração aberto para receber a todos aqueles que estão ali para apoiar.

Porque eu estive lá e vi a alegria das crianças brincando, do povo com a esperança de viver em paz. O que eles precisam é muito pouco perto do que merecem. Cabe a cada um de nós ajudar nessa caminhada. Peço a todos que lerem esta publicação, para que compartilhem e, mesmo que hoje não possamos, nós, decidir o que fazer, possamos mandar nosso apoio, seja como energia, uma reza, alimentos, roupas, cobertores ,calçados, brinquedos, barracas, e outros, o que conseguirmos.

Agradeço.

CAMILA HEIN 

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