Diário da Manhã

Malgi ganha a Taça RS, coroando trabalho que viabilizou a implantação de regime profissional no futsal feminino

A Malgi/CAVG conquistou domingo o título da Taça RS (primeiro turno do Campeonato Estadual de futsal feminino). O troféu simboliza a coroação de um trabalho, que começou em 2010 e foi se estruturando com o passar dos anos para atingir a um regramento profissional. Essa estrutura permitiu que a equipe realizasse uma campanha perfeita na competição: sete vitórias e apenas uma derrota em oito jogos.

O técnico e criador desse projeto de futsal feminino, Maurício Giusti, diz que o título recompensa, principalmente, a dedicação das atletas. “É a coroação do trabalho que elas fazem no dia a dia, treinando em dois turnos, e abrindo mão de muitas coisas para trabalharem num regime profissional”, destaca. Esse profissionalismo não envolve o pagamento das jogadoras, pois falta recursos para custear a despesa da folha de pagamento.

PROJETO – A Malgi está agora em destaque, especialmente por conquistar o inédito título de uma competição de âmbito estadual, mas o caminho foi longo até chegar à final da Taça RS. Giusti lembra que o projeto começou em 2010 na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), atendendo exigência da Federação Gaúcha de Futsal (FGFS) para que a equipe adulta (masculina) da instituição pudesse participar da Série Prata. No ano seguinte, a UCPel acabou com o projeto de futsal.

Como professor concursado do IFSul, Maurício Giusti levou o projeto de futsal feminino para o CAVG (Colégio Agrícola Visconde da Graça). Na ocasião foi firmada parceria com o Sest/Senat. Em 2015 surgiu a Malgi como alternativa para o fim da participação do Sest/Senat no projeto. O futsal seguiu sendo uma atividade de extensão do CAVG. A equipe começou um processo de aprendizagem com participação em competições estaduais – até chegar ao momento de ganhar títulos.

Malgi garantiu seu primeiro título em competição estadual, mas quer ganhar também a Taça Farroupilha.

ESTRUTURA – Giusti aponta que o primeiro passo para ter uma equipe campeã foi a formação de estrutura fora da quadra. “Hoje contamos com uma comissão técnica com mais ou menos 35 pessoas, que tem profissionais das mais variadas áreas, como assistência social, fisioterapia, nutrição, análise de desempenho, enfim… Isso foi criando uma estrutura profissional, fazendo que as jogadoras quisessem vir jogar na Malgi. Com isso fomos melhorando nossa capacidade técnica”, esclarece.

O técnico cita o caso de Cota – artilharia do time na Taça RS, com 12 gols -, que se tornou a referência da Malgi. “Ela tem experiência (rodou em várias equipes gaúcha e de outros estados), qualidade técnica e é um ser humano espetacular. Ela compartilha tudo que pode e sabe, não guarda nada só para ela”, ressalta. O grupo conta com 16 atletas (cerca de metade delas é de outros locais e foram atraídas pelo bom trabalho realizado no time pelotense).

NOVOS DESAFIOS – No final da tarde desta segunda-feira, a comissão técnica da Malgi esteve reunida para projetar o futuro. “Estamos discutindo a nova estratégia, pois o objetivo é ganhar a Taça Farroupilha (segundo turno) e assegurar o mais cedo possível o título estadual”, diz Maurício Giusti. Se outra equipe ganhar o segundo turno, haverá a necessidade de uma fase final com a Malgi (campeã do primeiro turno, que levou o nome de Taça RS).

A estreia na Copa Farroupilha será no domingo diante da Acaf/Figueira, em Cruz Alta. Já no dia 19 haverá a reedição da final da Taça RS com a partida diante da Celemaster, de Uruguaiana, em Pelotas. Na recente final, a equipe uruguaianense ganhou o primeiro jogo por 7 a 1, mas, em casa, a Malgi venceu por 3 a 2 no tempo normal e por 1 a 0 na prorrogação e assim faturou o título.

Antes disso, na quinta-feira, às 20h30, no Ginásio Municipal, a Malgi decide os Jogos Abertos de Pelotas (JAP), contra Mais Tempero de Rio Grande. É a oportunidade conquistar mais um título num intervalo de apenas quatro dias.