Diário da Manhã

Cuidados para com os idosos são reforçados para evitar a presença do Coronavírus junto ao público hóspede

A dona Sara, mãe da Celma, tem 82 anos. Desde seus 77 vive numa casa geriátrica. Celma concorda que a mãe integra o grupo de risco, há bastante tempo. “Os cuidados para com ela são sempre especiais, não é de agora”, salienta. Seu marido tem problemas de locomoção, pós acidente automobilístico. A única alternativa foi internar a mãe.

“A situação pela qual o mundo passa, me preocupa. Só nos resta rezar e confiar nas pessoas que estão responsáveis por nossos idosos”, diz a professora aposentada.

Dona Sara é do time dos cerca de 1,1 idosos hospedados nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (casa geriátricas) em Pelotas. O município contabiliza 55 instituições legalmente cadastradas e “aptas” a prestar o serviço.

VIDA em movimento nos abrigos que hospedam público que compõe grupos de risco

QUARENTENA PERMANENTE

Não é de hoje que o público das casas geriátricas vive numa espécie de quarentena opcional, própria ou induzida. Ou seja, pertencem ao chamado grupo de risco, para várias situações. Sentados em frente a aparelhos de televisão ou nas varandas prediais assistem a vida passar, na velocidade do tempo que ainda lhes resta. A eles, a reclusão imposta à sociedade em função do Coronavírus tem efeito apenas na diminuição dos contatos com familiares e para mantê-los a distância dos males da doença do momento. Quando ela passar, muitos continuarão sua vida isolada.

Em tempos de cuidados “redobrados” pela preservação da saúde do time de risco dentre a população, as ações para com a saúde dos idosos estão no topo das prioridades, uma espécie de novo ritual no contexto das casas geriátricas.

“Visitas suspensas, sem que o idoso perca o contato com seus familiares”, observa a proprietária de uma das casas, lembrando que seus hóspedes mantém o contato virtual(telefônico) com a família. “No mais, tudo dentro da normalidade, considerando a situação”, salienta a responsável por cerca de 18 hóspedes, mulheres, com idades dentre 70 e 97 anos.

Noutros estabelecimentos contatados pela Reportagem do Diário da Manhã a situação é a mesma: visitas suspensas e vigilância redobrada nos cuidados. Na contramão dessa linha alguns, porém, continuam a hospedar idosos, desde que comprovada sua condição de saúde.

A Vigilância Sanitária, da Prefeitura Municipal de Pelotas, é responsável pelo monitoramento da situação das casas geriátricas da cidade. E mantém atividades focadas na prevenção ao Coronavírus. Sem trégua. Para informações ou denúncias o telefone à disposição é o (53) 3284-7740.

A Reportagem do Diário da Manhã tentou, sem sucesso, contato com o Conselho Municipal do Idoso para conferir se os dados e situações que nos foram repassados estão conforme relatados pelas fontes.