Centro de Atendimento ao Autista de Pelotas inspira programa estadual
Prefeita Paula Mascarenhas participou do evento de apresentação, pelo governo do Estado, dos três novos centros macrorregionais. Dentre eles, está o de Pelotas
A consolidação e a importância do trabalho realizado, em Pelotas, pelo Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura, serviram de inspiração para o governo do Estado, na abrangência do serviço, através do Programa de Atendimento a Pessoas com Transtorno do Espectro Autista, o TEAcolhe. A referência foi feita pelo governador Eduardo Leite, na tarde desta segunda-feira (19), durante o evento de apresentação dos três primeiros centros macrorregionais para atendimento desse público: o de Pelotas, o de Cachoeira do Sul e o de Santa Rosa.
A prefeita Paula Mascarenhas acompanhou a apresentação e se disse muito honrada em representar os demais prefeitos diante da missão de terem um centro macrorregional. “Sinto-me privilegiada de ter acompanhado uma política pública, desde que ela nasceu, como ideia, no coração e na mente de um gestor, até que ela se expandiu e ganhou outros tantos corações e mentes. Foi assim que eu vi o tratamento ao autismo em Pelotas acontecer, se fortalecer e, hoje, ganhar o Estado”, contou Paula, lembrando que muitas pessoas não vão mais precisar se mudar de cidade em busca dos atendimentos.
“Nós vamos fortalecer uma rede estadual de atendimento, a partir da formação qualificada que esses centros vão propiciar e isso é extraordinário, porque quem vive essa realidade sabe o quanto esse tipo de atendimento é transformador”, afirmou a gestora pelotense.
Reconhecimento de um projeto já consolidado
Durante a cerimônia, em vários momentos, o Centro de Atendimento ao Autista Doutor Danilo Rolim de Moura foi mencionado como exemplo de política pública de inclusão e de determinação de governantes, famílias envolvidas e comunidade em geral. O governador Eduardo Leite disse que, sempre quando se depara com as adversidades e embates políticos, lembra-se da alegria que a ele proporciona os resultados, hoje alcançados com o Centro de Pelotas.
“Eu era vereador em Pelotas e acompanhava a angústia de pais e mães por não terem um local onde seus filhos tivessem os estímulos, os cuidados e o suporte necessários. Hoje, a gente reencontra esses mesmos pais, com alegria e sorriso no rosto, nos contanto a evolução que seus filhos tiveram de lá para cá”, detalhou Leite, ressaltando que essa política, que chega ao Estado, significa aporte financeiro de R$ 50 mil mensais para o custeio dos centros regionais.
No evento, ainda foi lançada a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea). O documento gaúcho tem como diferencial a impressão de QR-Code, que permitirá acessar informações adicionais e conterá geolocalização. Além disso, também houve a assinatura do anúncio de abertura do segundo edital de propostas para implantação de mais quatro Centros de Referência nas macrorregiões Centro-oeste, Metropolitana, Serra e Norte, e de 30 Centros Regionais de Referência.
Como funciona a macrorregionalização e o matriciamento
Esse sistema é baseado na metodologia de gestão e trabalho que busca ampliar os atendimentos e as ações em Saúde, Educação e Assistência Social, por meio da articulação e do compartilhamento de saberes, práticas e aperfeiçoamento da equipe matriciadora com outros municípios. Essa organização visa mapear as necessidades locais, regionais e macrorregional, incentivar a criação de referências em autismo nos municípios e nos serviços da macrorregião e, também, fortalecer redes locais existentes.
O que muda e o que permanece no Centro de Pelotas
Na Educação, o Centro seguirá o trabalho articulado com as escolas, com os atendimentos na Intervenção Precoce e no Atendimento Educacional Especializado. Desta forma, permanecem abertos os campos de estágios, pesquisas voltadas ao TEA, projetos articulados com a UFPel e a formação continuada para as redes de ensino e às famílias.
As mudanças ocorrem na organização do Centro Macrorregional de Referência em TEA, que desenvolverá um trabalho de matriciamento que contará com profissionais, como assistente social, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, psicólogo e neurologista. Esses profissionais irão desenvolver ações de encaminhamento, estruturação e formações não somente para Pelotas, mas para os demais municípios pertencentes à macrorregião. O acolhimento, os encaminhamentos e a troca de informações, dentro dessa rede, possibilitará às famílias uma melhor qualidade e agilidade no atendimento.