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CINEMA : Documentário “O ilusionista sonoro”

CINEMA : Documentário “O ilusionista sonoro”
01 dezembro
09:02 2017

Nesta sexta-feira às 21h no Diabluras – Félix da Cunha 954 -, lançamento do documentário sobre o músico Serginho Ferret

Por Carlos Cogoy

A produção começou em 2012, e as gravações foram concluídas ano passado. Com duração de dezessete minutos, o documentário “O ilusionista sonoro”, apresenta o cotidiano de Sergio Ferret, compositor e músico pelotense que se distingue por letras que ironizam as convenções e contradições sociais. Além disso, inventivo, “Serginho” também cria alguns dos principais instrumentos que toca. A exemplo, o “Vassourolão”, “Contronel” e “Rabecanela”. Há quase vinte anos tocando na rua, foi conquistando popularidade junto aos transeuntes do centro da cidade. Para registrar um pouco dessa história peculiar, a produtora “Campos Neutrais Filmes”, dedicou-se a documentar aspectos do cotidiano de Serginho. O resultado será apresentado hoje à noite. Assim, a partir das 21h, lançamento do documentário “O Ilusionista Sonoro”. Com direção de Chico Maximila, o filme será exibido no “Diabluras Gastronômicas” – rua Félix da Cunha 954. Após a apresentação, “jam-session” com Serginho e convidados.

IDEIA – O diretor Chico Maximila menciona: “Há cinco anos, numa conversa da arte-educadora Roberta Alves e o artista de rua Serginho Ferret, o ‘Serginho da Vassoura’ como é conhecido, surgiu a ideia de produção audiovisual, e o músico seria o protagonista. Originalmente, a ideia era gravar um curta de ficção. Porém, com a minha participação, transformou-se num documentário sobre o artista e sua música. E o documentário ‘O ilusionista sonoro’ apresenta esse ícone da cultura urbana de Pelotas que, sendo um observador de seu lugar e de seu tempo, faz do seu microfone em praça pública um constante manifesto popular. Serginho é esse artista do improviso que se reinventa desde sempre, e isso somado ao seu despojamento estético e pessoal, resultou no crescente reconhecimento do seu trabalho, tanto pelo público na rua quanto pela cena artística e cultural da cidade e região. A ideia em especial foi registrar, através de suas composições e do seu cotidiano, o pensamento político e artístico do Serginho, enquanto artista de rua. E o documentário foi filmado nos ambientes cotidianos do Serginho. Entre eles a sua casa, o seu trajeto pelas ruas da cidade, e a praça onde, durante diversos anos, instalou sua caixa de som e microfone, sempre mostrando sua irreverência. No filme, quatro composições de Serginho: ‘Prostituta da música brasileira’; ‘Criança vodu/Super-herói brasileiro; Mr. Google; 200 Ânus de Pelotas”.

Roteiro de Roberta Alves e direção de Chico Maximila

Roteiro de Roberta Alves e direção de Chico Maximila

IRREVERÊNCIA e talento são características do “Serginho”. Em destaque, o instrumento “vassourolão”, cordas que têm como base uma vassoura. Ele explica sobre a ideia: “Quando criança via filmes em que os personagens tocavam música em vassouras. Quando meu violão quebrou tive essa lembrança e acabou virando minha principal característica”. Como complemento à imagem original, o microfone elaborado a partir de uma lata de azeite. Há quase cinco anos, ele lançou o CD “Ilusionismo Sonoro”. Com onze faixas, o disco foi gravado em sete horas. Na temática, ironia, bom humor e criatividade. São críticas ao cotidiano consumista, mesquinho, superficial e imbecilizado. O registro em disco foi viabilizado através do ponto de cultura Outro Sul.

EQUIPE do filme teve Chico e Roberta Alves como roteiristas. No som direto, Davi Mesquita Batuka, mixagem de Felipe Campal e Chico Maximila, finalização de Thiago Rodeghiero, e montagem de Chico. Na trajetória de Campos Neutrais, os curtas: “O caramujo” (2005); “Solitário Jorge” (06); “Ponto a Punto” (15); “Marés” (16).

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