COELHO MAGRO : Vendas de ovos de chocolate caem 14% nos supermercados gaúchos
Consumidor evitou endividamentos e apostou em comemorações em família
Um feriadão de muitas comemorações em família e de pouco chocolate. Assim pode ser sintetizado o período de Páscoa segundo a percepção dos supermercadistas consultados pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), que divulgou o balanço das vendas do setor na manhã deste domingo. Segundo a apuração da entidade, a comercialização de ovos de chocolate caiu 14% em relação à Páscoa de 2015, em volume físico, confirmando as expectativas que apontavam um consumidor mais retraído para a data neste ano. Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, muitos gaúchos recorreram à volta da tradição de preparar pequenos cestos, com balas, tabletes, coelhinhos e presentes menores, para agraciar as crianças.
Informados de que nos últimos dias os supermercados realizariam promoções especiais de ovos de Páscoa, 40% consumidores deixaram as compras para a última hora. “Nestes três últimos dias, houve descontos de cerca de 20%, mas algumas lojas conseguiram fazer promoções do tipo compre um e leve dois em determinadas marcas. Quem quis garantir seu ovo favorito antecipou as compras”, sublinha o presidente da Agas. Este comportamento de antecipação na compra de chocolates ficou mais evidente entre os gaúchos que adquiriram os chamados “ovos premium“: de acordo com Longo, as vendas deste tipo de ovo de Páscoa com maior valor agregado mantiveram-se estáveis em relação a 2015, e representaram cerca de 13% do total de ovos comercializados. Em média, os preços dos ovos de chocolate estiveram 15% superiores na comparação com a Páscoa passada.
A surpresa negativa do setor foi uma queda de 5% nas vendas de caixas de bombons, uma das apostas do segmento para esta Páscoa. Segundo Longo, os supermercados já começam a reabastecer os estoques deste produto nesta semana com vistas ao Dia das Mães, quando os bombons voltarão a ganhar evidência nas gôndolas. Já a comercialização de pequenos tabletes de chocolate e de balas cresceu 2%, reforçando a tendência de produção de cestos caseiros para presentear crianças e pessoas próximas. Segundo dados de pesquisa realizada pela Agas em fevereiro deste ano, cada consumidor pretendia presentear em média quatro pessoas nesta Páscoa. Ao total, os supermercados gaúchos comercializaram 7,6 milhões de ovos de Páscoa e 5,8 milhões de caixas de bombons em todo o Estado.
Outro produto típico da data, as colombas pascais tiveram vendas semelhantes às do ano passado. “Ouve uma antecipação da exposição deste produto, que ensejou que as pessoas adquirissem as colombas como opção de presente”, avalia o presidente da Agas.
Sexta-feira Santa em família – Se as vendas de chocolates estiveram abaixo do esperado, a comercialização de pescados cresceu 5%, em volume físico, na comparação com a Páscoa de 2015. O crescimento, entretanto, não se reverteu em valores financeiros, uma vez que boa parte dos gaúchos migrou de pescados mais caros, como bacalhau e salmão, para produtos mais acessíveis, como o peixe panga. Ao todo, foram 520 toneladas de peixes vendidas, 95% deles congelados. “O crescimento dos pescados mostra a força das reuniões em família. Ainda que o cenário de instabilidade político-econômica deixe o consumidor retraído, o gaúcho não abre mão de comemorar as datas especiais ao lado de seus familiares”, enaltece Longo.
Para este domingo de Páscoa, as temperaturas baixas inibiram o crescimento dos churrascos em família e, consequentemente, da comercialização de carnes e bebidas. “Ainda assim, a Páscoa alavancou as vendas de massas, vinhos, sobremesas e outros alimentos que caracterizam os encontros em família”, sublinha Longo.