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quinta, 14 de novembro de 2024

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COLÉGIO PELOTENSE : Projeto “Teatro nas aulas de história”

COLÉGIO PELOTENSE  : Projeto “Teatro nas aulas de história”
11 setembro
08:44 2019

Adolescentes de sete turmas do Colégio Pelotense, adaptaram e produziram esquetes para as aulas de história

Por Carlos Cogoy

Concentração, planejamento, cooperação, pesquisa, autonomia, desinibição, novas informações e a solução de problemas cotidianos. Alguns dos resultados proporcionados pelo teatro, como recurso pedagógico. Avaliação do professor de história Joaquim Dias que, há cinco anos, propõe o exercício cênico como fonte de aprendizado. Há onze anos lecionando no Colégio Municipal Pelotense, Joaquim Dias desenvolve a atividade com adolescentes. Ele menciona que o projeto “Teatro nas aulas de história” é para turmas de 9º ano do ensino fundamental, e primeiro ano do ensino médio. Recentemente, como programação do segundo trimestre do ano letivo, houve mostra com os esquetes de sete turmas. No auditório externo do “Gato Pelado”, os alunos subiram ao palco e apresentaram os temas escolhidos.

Joaquim Dias

Joaquim Dias

APRENDIZADO – Joaquim menciona: “O estímulo ao propor a encenação teatral, como atividade pedagógica, foi o desejo de inovar. Nos meus dezesseis anos de experiência, sempre percebi que atividades diferenciadas, propondo aos estudantes o desenvolvimento de habilidades, além das tradicionais demandadas em sala de aula, muito favorecem ao aprendizado dos conhecimentos da disciplina. Além disso, também permitem a prática da autonomia, planejamento, cooperação, e a busca de soluções a desafios do dia-a-dia”.

TEMÁTICA – No início do ano, diz o professor, os alunos já são informados sobre o projeto. No segundo trimestre, são delimitados os temas, que devem estar relacionados com o conteúdo da disciplina. O 9º ano abrange questões dos séculos 19 e 20, bem como textos literários do período. Por exemplo, neste ano ocorreram encenações de textos de Machado de Assis, João Simões Lopes Neto, Mark Twain e William Sydney Porter. “São narrativas literárias que nos ensinam também sobre os costumes, a realidade social, o contexto cultural e linguístico de uma época”, explica o docente. Já o primeiro do ensino médio, cujo conteúdo é a antiguidade, escolhe temas da “mitologia dos povos antigos”. Neste ano, observa Joaquim, além da cultura grega, houve interpretações de tópicos das mitologias nórdica, eslava e hindu.

ARTESANAL – De acordo com Joaquim, cuja experiência teatral remonta à participação em oficinas na juventude, bem como a contínua busca por referencial teórico para a prática, os alunos formam os grupos espontaneamente. Ele observa que, num dos esquetes, participaram alunos de turmas distintas: 21 B e 21 C. Com o tema definido, o grupo recebe orientação, e esboço de roteiro. Porém, dispõe de autonomia para adaptar e realizar mudanças. Os ensaios acontecem no turno inverso à sala de aula, e podem ser nas dependências do colégio, ou na moradia de algum dos participantes. Cada grupo tem um diretor/coordenador. “Quanto à produção, destaco o aspecto ‘artesanal’ da atividade, no sentido de que eles podem usar, tanto na cenografia e figurino, materiais mais baratos e acessíveis, mas sempre cuidando para não cometerem anacronismos cênicos”, diz Joaquim.

APRESENTAÇÕES foram realizadas nos dias 3, 4, 5 e 6 deste mês. Cada esquete dura de quinze a dezoito minutos, e as encenações curtas, diz Joaquim, devem-se à necessidade de adaptar horários e disponibilidade de espaços. O público foi formado por alunos das séries iniciais do colégio, mas também puderam assistir turmas cujos professores demonstraram interesse em prestigiar. 

Turma 9H adaptou caso de racismo que ocorreu em Pelotas no século 19

Turma 9H adaptou caso de racismo que ocorreu em Pelotas no século 19

TURMAS PARTICIPANTES 

9D –

Deve um queijo” – conto de João Simões Lopes Neto (cultura sul-rio-grandense)

“A célebre rã saltadora do Condado de Calaveras” – conto de Mark Twain (expansão norte-americana do século XIX)

“A Cartomante” – conto de Machado de Assis (contexto sócio-histórico do Brasil no século XIX)

9E

“Ética de Porco” – conto de William Sidney Porter (expansão norte-americana do século XIX)

“Césio 137” – adaptação de fato histórico ocorrido em Goiânia em 1987.

9F

“O Corneteiro Lopes” – adaptação de fato na batalha do Pirajá na Guerra da Independência em 1822

9G

“A luta pelo voto feminino no Brasil” – narrativa didática que contou as lutas de emancipação política feminina no Brasil desde o século XIX até o século XXI.

9H

“O Caso da Parda Pórcia” – adaptação de caso real acontecido em Pelotas em 1887, diretamente associado à escravidão no Brasil e às lutas abolicionistas, além de tratar sobre o tema do racismo.

21-B

“A Lenda de Mavka” – adaptação da mitologia eslava.

“A História de Ganesha” – adaptação da mitologia hindu. (Esta peça foi mista, pois também haviam alunos da turma 21-C)

21-C

“O roubo do martelo de Thor” – adaptação de história da mitologia nórdica.

“O Minotauro” – adaptação de história da mitologia grega.

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