COMUM ACORDO : Cléber Gaúcho deixa comando técnico do Brasil
Por: Henrique König
“É uma noite que não tem fim”, havia sentenciado o vice-presidente Carlos Renato Moreira, em exercício pelo clube no lugar do licenciado Nilton Pinheiro. Pois a noite da volta do público ao Bento Freitas, da derrota para o CRB, culminou na saída de Cléber Gaúcho do comando da comissão técnica xavante na Série B. O Brasil é o último colocado, com 16 pontos.
Cleber Gaúcho esteve à frente do clube em 10 jogos, com quatro empates e seis derrotas na Série B. Ídolo como volante aguerrido dentro de campo, quando retornou à Baixada, se mostrou disposto a encarar o que já era visto como grande desafio, pois o time recém havia entrado na zona de rebaixamento. Mas o andamento não foi como o desejado e o Brasil se afundou entre os últimos da competição.
ANTECEDENTES: o planejamento da temporada começou com o desmanche da boa Série B de 2020. Os principais destaques estavam sob o empréstimo de clubes maiores e outros receberam propostas financeiramente melhores para seguirem a carreira. O Brasil teve que reconstruir seu elenco e, em um curto espaço de tempo, não conseguiu se preparar e fazer bom Campeonato Gaúcho. Foram só três vitórias. Treinador remanescente de 2020, Claudio Tencati pediu reforços para a direção. Os nomes demoraram a chegar para a Série B, mas, quando chegaram, novamente o futebol vistoso de 2020 não apareceu. A relação entre Tencati e o grupo piorou e sua saída foi se tornando inevitável.
Com Hélio Vieira anunciado como coordenador técnico, Cléber Gaúcho foi a aposta, apontada como unânime, do Xavante. O camaquense terminou sua carreira de jogador em 2010, com a camisa do Brasil. Após, se dedicou à função de treinador, passando pelo interior paulista, por XV de Piracicaba, Velo Clube e outros, e obtendo sucesso na atual temporada com o Grêmio Anápolis, onde venceu praticamente metade dos jogos em que dirigiu a equipe e sagrou-se campeão goiano. Pelo Brasil, foi seu primeiro trabalho em Série B de Brasileiro.
“Entre treinadores emergentes, ele estava despontando. Ele era unanimidade para vir ao clube. Após a derrota para o CRB, nos reunimos, conversamos, queríamos que o Cléber ficasse conosco até o Gauchão, mas os resultados não estavam vindo e houve o comum acordo. Desejamos sucesso à carreira dele”, afirmou o vice-presidente Carlos Renato Moreira.
Disposto a ajudar o clube do coração, Cléber encarou a missão, tentou implementar mudanças, mas, das contratações, por enquanto poucos nomes se destacam e o time sucumbe na Série B. Com 16 pontos na tabela, para escapar do rebaixamento, o Xavante precisaria de uma campanha digna de campeão nas últimas 13 rodadas. Em contraponto, já são 13 jogos consecutivos sem vencer.