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CONCERTORIA : Grande canção veredas de João Bá

06 maio
09:24 2016

Nesta sexta às 20h, espetáculo “Concertoria” na Casa do Trabalhador. Amanhã será em Pedro Osório

Por Carlos Cogoy 

Batista, baiano, baixinho. De forma bem-humorada, algumas das causas mencionadas pelo compositor e intérprete, para o “Bá” que o identifica artisticamente. Desde menino ligado à cultura popular, João Batista Oliveira aos 83 anos é uma das grandes referências da arte enraizada nas veredas da alma brasileira. A poesia que emana dos ensinamentos da natureza, a candura da existência ritmada pela percepção dos interiores. Para João Bá, o elogio à delicadeza da vida simples é uma “Concertoria”. E a grande canção que entoa o homem e a terra, estará em Pelotas e Pedro Osório. Acompanhado pelos instrumentistas Levi Ramiro e João Arruda, numa produção do grupo Tril#os, nesta sexta às 20h ele realizará apresentação na Casa do Trabalhador – rua Santa Cruz 2.454. Apoio de AJS Advogados. Ingressos a R$20,00 e R$10,00. Antecipados no Studio CDs. No sábado às 21h, “Concertoria” no auditório da Escola Municipal de Ensino Fundamental Getúlio Vargas – bairro Jayme Pons – em Pedro Osório.

Referência da cultura popular, João Bá está com 83 anos

Referência da cultura popular, João Bá está com 83 anos

VEREDAS – Cirandas, “bois”, toadas, xotes, repentes, batuques, canções populares de rendeiras e lavadeiras. Músicas do disco “Cavaleiro Macunaíma”, comemorativo aos oitenta anos de João Bá. Nos mais de setenta anos percorrendo as veredas poéticas do sertão, João Bá foi um dos destaques no festival da TV Tupi em 1966. A música “Facho de Fogo”, em parceria com Vidal França, foi apresentada por Diana Pequeno. Na trajetória do compositor, mais de duzentas músicas, sendo que algumas foram gravadas por Hermeto Paschoal, Almir Sater, Dércio Marques, Marlui Miranda e Oswaldinho do Acordeon. Além da música, em 1984 escreveu o programa “Cercanias de Canudos”, exibido pela TV Cultura de São Paulo e considerado o melhor do ano. No ano seguinte, apresentou o especial “Casa dos Cantadores”, também na TV Cultura. Para canal francês de tevê, gravou o especial “Casa de Farinha”. Como compositor da trilha e ator, participou do filme “Lampião”. Com o espetáculo “Marrueiro”, premiado com melhor trilha sonora e figurino no Festival de Teatro do SESC Consolação. Em parceria com Almir Sater, trilha do especial “Corpo e Alma”, que aborda sobre o Pantanal. Na literatura de cordel, publicou ‘Natal na cultura popular”, cuja distribuição chegou a trinta mil exemplares.

DISCOS – O primeiro “Carrancas” é de 1988, e teve participações de Vidal França, Toninho Carrasqueira, Capenga, Zé Gomes, Silvano Michelino, Titane, Gereba, Cesar do Acordeon, Luanda, Irene Portela, Dinho Nascimento, Dércio Marques, Vania Bontempo, Klécius Albuquerque, Manoel Pacífico, Erivaldo Gomes, Oswaldinho do Acordeon, Mazé, Lila, Kátya Teixeira, Barbatana, Hermeto Paschoal, Fernando Farias, Galba, Márcio Pereira, Luiz Seleguin, Guru Martins. O projeto gráfico foi criação de Elifas Andreato. Na sequência, discos “Carrancas II” e “Ação dos Bacuraus Cantantes”. Em 2003, lançamento do disco que leva seu nome e comemora cinquenta anos de carreira. Entre as participações: Heraldo do Monte; Mauro Senise; Paulinho Pedra Azul; Carlinhos Brown; Xangai; Almir Sater; Vânia Bastos; Tetê Espíndola. Em 2004, disco “Pica-pau amarelo”. Entre os vários amigos, participações de Katya Teixeira, Dani Lasalvia e Pereira da Viola. As músicas “Bicho-da-seda”, “Romance de Bartira” e “Abrolhos”, foram incluídas no CD “Aruanã”, coletânea lançada na Itália. A faixa “Bicho-da-seda” integrou a trilha de documentário do Sindicato Operário de Bolonha. Em 2007, três canções de João Bá foram inseridas na trilha do documentário “Entre o mar e o sertão”, sobre o cineasta Glauber Rocha. Para o público infantil, o compositor lançou o CD “Amigo folharal – João Bá para crianças”.

Arte de Levi Ramiro

Levi RamiroNatural de Uru no interior paulista, violeiro Levi Ramiro participou do disco “Cavaleiro Macunaíma” de João Bá. O início de Levi na música, ocorreu através do violão popular. Porém, há vinte anos optou pela dedicação à viola. Além de tocar, movido pelo encontro com as raízes culturais, também confecciona o instrumento. A exemplo da habilidade como “luthier”, percorre o país com a oficina “Fabricação da viola brasileira feita com cabaça”. A técnica é compartilhada em secretarias, pontos de cultura e unidades do SESC.

Discografia de Levi: “Maracanãs” (independente) 1997; “Viola de todos os cantos” (Devil Discos) 2001; “Mais uma saudade” (Devil Discos) 2005; “Nosso quintal” (Independente) 2008; “Trilha dos Coroados” (ProAC SP) 2009; “Prosa na base do ponteio” (ProAC SP) 2013; “Capiau” (independente) 2014.

Em 2004 foi finalista do Festival de Música Instrumental para Viola. Ano seguinte, selecionado no “Rumos Musicais” do Itaú Cultural. Em 2008, mediador na mesa sobre música caipira no Seminário Nacional de Viola Caipira. Em 2010, prêmio Rozini “Excelência da viola caipira”, categoria violeiro solo. Para a rádio WKCR de Nova York, gravou programa de duas horas.

João ArrudaVioleiro João Arruda

Natural de Campinas, cantador, tocador de violas e percussões, João Arruda foi o produtor fonográfico do disco de João Bá “Cavaleiro Macunaíma” em 2013. Arruda lançou os discos “CelebraSonhos” e “Venta moinho”. Há três anos, realizou turnê europeia com apresentações em festivais e centros culturais na Inglaterra, Bélgica, França e País Basco.

Grupos que tem participado: Pífanos Flautins Matuá”; “Cantavento” de música infantil; “Chasky” de música latino-americana; “Taboca da Matta” de ritmos tradicionais do nordeste brasileiro. Autor de trilhas para teatro, documentários e filmes. No teatro: “Isabelita” da Cia Berro d´Água (Campinas – SP); “Gaiola de Moscas” do grupo teatral Peleja (Recife-PE); “Tu sois de onde?” Solo de Lineu Gabriel (PE); “ O Corpo é de Plástico?” de Daniel Costa. Documentários: “O Mistério de Santo Reis” da Kinema Produções Cinematográficas; “Pantanal” de Mark Cegger. Filmes: “Os contos do cafundó” de Rodrigo Infante; “Tiro pela culatra” do Laboratório Cisco; “A batalha da Maria Antonia” e “Diretas já” de Renato Tapajós. Com o projeto “Arreuni”, ele promove shows-encontros de variados artistas. Na internet: arreuni.com

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