CONDOMÍNIOS PEDEM SOCORRO : Moradores do Amazonas e Roraima sofrem com o abandono da Prefeitura e penam para conseguir melhorar a qualidade de vida.
Cobranças abusivas nas contas de água, problemas no recolhimento do lixo, no itinerário e horários dos ônibus, falta de professores e médicos são apenas alguns dos problemas que afetam a vida e atrapalham a rotina dos mais de mil moradores dos residenciais Amazonas e Roraima no Sítio Floresta, na zona norte de Pelotas. Exaustos de tanto cobrar ações da Prefeitura e nada acontecer, representantes das famílias procuraram a Câmara de Vereadores para tentar soluções.
“A Prefeitura liberou a ocupação dos prédios mas não planejou o bairro para receber essas centenas de famílias e desde que nos mudamos estamos pedindo atenção e nada é feito”, diz Bruna Ferreira, síndica do Amazonas. Desde a chegada das primeiras famílias em dezembro de 2017 já foram feitas várias reuniões com representantes da administração municipal mas nenhuma das demandas dos moradores foi atendida.
Entre os principais problemas estão cobranças abusivas em contas de água que chegam a R$ 340,00 em alguns apartamentos, escassez de horários das linhas do transporte coletivo e de um itinerário que atenda aos condomínios. “Somos sempre os últimos a subir e quando chegam os ônibus estão lotados e o intervalo entre um e outro é de mais de meia hora, já houve gente que perdeu emprego por não conseguir pegar o transporte na hora certa”, comenta Fernanda Bitencourt, síndica do Roraima. O número insuficiente de contêineres faz com que sacolas e sacos de lixo se acumulem diante dos portões dos prédios até que sejam recolhidos três vezes por semana. “O mau cheiro e a sujeira são insuportáveis”, reclama Bruna.
SAÚDE E EDUCAÇÃO – A falta de médicos e professores é outra reclamação recorrente entre os moradores que se queixam de serem costumeiramente remanejados para atendimento médicos em postos distantes como Lindoia ou Salgado Filho por incapacidade do posto do bairro atendê-los. Na Escola Municipal Independência a falta de professores e estrutura impede, conforme as mães, que seus filhos estudem perto de casa e tenham que enfrentar longas viagens até seus colégios ou creches diariamente.
EM BUSCA DE SOLUÇÕES – No final da semana passada representantes dos moradores se reuniram com o segundo secretário a Câmara de Vereadores, Marcos Ferreira, o Marcola (PT) para apresentar os problemas dos condomínios e pedir ajuda para intermediar o diálogo com a Prefeitura na tentativa de encontrar soluções. A primeira ação de Marcola foi agendar uma maratona de reuniões com os secretários de Transportes e Trânsito, Habitação, Saúde e Educação, além do diretor-presidente do Sanep.
“Estas famílias precisam ser ouvidas pela Prefeitura, pois a maior parte dos problemas que sofrem são causados pela falta de planejamento em preparar o Sítio Floresta para receber esta nova população. É incompreensível que mais de um ano após a chegada destas famílias os problemas continuem, por isso vamos abrir este canal de negociação com a administração e tentar soluções rápidas para cada um dos pontos apresentados pelos moradores”, comentou Marcola.
As reuniões devem começar a acontecer na próxima semana e serão acompanhadas por uma comitiva de moradores.