Conselho da Santa Casa debate crise financeira
Prefeitura busca alternativas para a recuperação financeira
A prefeita Paula Mascarenhas esteve presente na reunião mensal do Conselho Deliberativo da Santa Casa de Pelotas, que ocorreu na tarde de ontem, no auditório do hospital. Na oportunidade, foi discutida a situação financeira da instituição e a importância de manter os serviços essenciais em funcionamento.
Reabrir os 40 leitos contratados para o Sistema Único de Saúde (SUS) e a maternidade de baixo risco, continuar os atendimentos em traumatologia, e garantir a compra de materiais para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e para o Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) são as prioridades, a fim de não deixar a comunidade desassistida.
“Pelotas é o polo da região, a referência de muitas outras cidades. Não podemos fechar as portas, precisamos encontrar as soluções aqui”, disse a prefeita.
Entre as alternativas estudadas está a possibilidade de o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE UFPel) assumir parte dos serviços, aumentar o repasse municipal à traumatologia – a fim de quitar o déficit do setor –, além da cessão de crédito feita com o Instituto Oncológico de Pelotas Ltda (IOPel), que autoriza o pagamento direto do Poder Público à empresa contratada para realização de exames radiológicos; antes, o trâmite passava pelo hospital. Já em agosto, a chefe do Executivo encaminhou um ofício a Brasília solicitando ao Ministério da Saúde R$ 5,5 milhões da verba extraorçamentária para quitar dois meses de honorários médicos e de material hospitalar, e 70% da folha de pagamento.
O provedor da Santa Casa, Lauro Melo, enfatizou que a Prefeitura nunca atrasou repasses e que o Município não deve ser responsabilizado por valores devidos pelo Estado. Os principais agravantes encontrados na recuperação da instituição são a defasagem de 14 anos dos valores da Tabela SUS e o atraso de incentivos estaduais, bem como a quitação de empréstimos já realizados.
Sobre a greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Saúde (Sindisaúde) para esta terça-feira, Melo afirmou não ter recebido notificação oficial até o horário da reunião, e que esta precisaria ser entregue com 72 horas de antecedência. Mesmo assim, ele lembrou que, por lei, 70% dos atendimentos realizados precisam ser mantidos durante o período de paralisações.
A secretária de Saúde Ana Costa garantiu que o Pronto Socorro, ainda que superlotado em decorrência do fechamento dos 40 leitos SUS, continuará acolhendo todos que procurarem ajuda, e frisou que as forças locais precisam se unir para encontrar a melhor saída e diminuir os prejuízos à população. O assessor especial do Gabinete da Prefeita, Fábio Machado, também esteve presente no encontro.