Consórcio entre estados permitirá troca de informações e aquisições
Foi anunciada neste sábado (16), durante encontro com governadores, em Belo Horizonte, a criação de um consórcio entre os sete estados que compõem as regiões Sul e Sudeste do país. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, participou da reunião, a convite do governador Romeu Zema, de Minas Gerais.
O objetivo do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), segundo o anfitrião, é integrar esforços em dez áreas comuns: segurança, saúde, educação, turismo, sistema prisional, logística/transporte, combate ao contrabando, desburocratização, desenvolvimento econômico e inovação e tecnologia.
“Tivemos uma reunião extremamente produtiva onde decidimos pela criação do Cosud, onde nós iremos integrar esforços para que as nossas mais diversas áreas possam compartilhar práticas e fazer aquisições em conjunto, via consórcio, de forma que os Estados sejam beneficiados dessa integração”, afirmou Zema.
A reunião deste sábado contou com a presença de seis governadores. Além de Zema e de Leite, participaram Renato Casagrande, do Espírito Santo; Wilson Witzel, do Rio de Janeiro; Carlos Moisés, de Santa Catarina; e João Doria, de São Paulo. O representante do Paraná não compareceu por problema de agenda. Estes são os estados responsáveis por 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
O governador do RS disse que o consórcio integra estados que tem identidade do ponto de vista socioeconômico e que temas como segurança e logística estarão entre as pautas. Ele explica que os temas comuns entre todos os 27 estados da Federação continuarão sendo debatidos durante os Fóruns dos Governadores, mas que essa integração é uma maneira de unir grupos com identidades comuns do ponto de vista socioeconômico. “Teremos a oportunidade de melhorar a eficiência da aplicação de recursos”, lembrou.
Leite ainda reafirmou seu apoio incondicional à Reforma da Previdência. Zema também destacou o apoio do grupo à proposta, em tramitação no Congresso Nacional. Segundo o governador, o grupo de chefes de Executivo compartilham da opinião de que a votação da reforma é essencial para o crescimento econômico e para a superação da crise financeira atual.
Outros pontos tratados durante a reunião foram o combate ao contrabando e segurança nas fronteiras interestaduais, e a Lei Anticorrupção, que irá ajudar os governantes em diversas frentes. Além disso, a desburocratização do estado e de impostos também esteve em pauta.
ADESÃO
O governador de São Paulo, João Doria, que será o anfitrião do próximo encontro do Cosud, pontuou que o objetivo é reunir, já em abril, governadores e seus secretários de Estado para prosseguir com o trabalho de integração iniciado em Minas por Romeu Zema.
“Os governadores estarão com as respectivas equipes de trabalho com o objetivo de melhorar o funcionamento dos Estados, principalmente na saúde, educação, segurança”, disse. “Mais do que tudo, estamos unidos em uma grande causa. Não há como o Brasil pensar em crescimento, em geração de empregos e oportunidades, se não discutirmos e aprovarmos a Reforma da Previdência”, pontuou.
Para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, a formação do consórcio é um momento histórico para o Brasil. “Poderemos investir em infraestrutura, portos, aeroportos, atrair mais investimentos para gerar empregos e mais renda. Isso vai se refletir também nos parlamentares e estaremos irmanados com o objetivo de desenvolver ainda mais o nosso país”.
Já Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, ressaltou que o trabalho em conjunto entre os estados permitirá uma melhor prestação de serviços aos cidadãos. “A proximidade nossa permite que os governadores do Sul e Sudeste se articulem”, destacou. Sobre a Reforma da Previdência, o governador salientou que algumas questões ainda devem ser discutidas entre ele e seu partido.
No mesmo sentido, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, acrescentou a união via Cosud resolverá a guerra fiscal existente entre as unidades federativas. “É oportunidade de discutirmos os incentivos fiscais que hoje acabam promovendo guerra entre os estados. As regiões, juntas, falando a mesma língua, podem minimizar essa questão”, finalizou.