CONVICÇÃO : Demissão descartada
Pelotas nega hipótese da saída de Paulo Porto, após terceira derrota
O Pelotas descarta a hipótese de demissão do técnico Paulo Porto, após a conquista de apenas um ponto em 12 disputados no começo do Campeonato Gaúcho. O treinador deixou a diretoria do clube a vontade para promover a mudança na comissão técnico, depois da derrota de 2 a 0 para o Lajeadense, quarta-feira, na Arena Alviazul, em Lajeado. “Nós negamos isso imediatamente, porque demitir o Paulo Porto nunca nos passou pela cabeça”, assegura o presidente Ítalo Gomes.
De acordo com o dirigente, o treinador não cai mesmo em caso de um novo fracasso, sábado, às 19h, diante do São José, no Passo D’Areia. O Pelotas é o penúltimo colocado na classificação geral do Gauchão – ao lado do Aimoré, mas com vantagem no saldo de gols: menos quatro contra menos sete. Apesar do aproveitamento de apenas 8%, o rebaixamento é algo que não assusta os áureo-cerúleos. “O momento preocupa, mas não apavora. Se ganharmos o jogo de sábado, já embolamos a classificação”, frisa Gomes.
O presidente garante que já foram tomadas medidas internas para tentar melhorar o quadro de crise em função dos maus resultados. “São medidas internas, que não serão externadas ao torcedor e nem reveladas na mídia”, diz. Ítalo Gomes garante, porém, que o Pelotas volta ao “mercado das contratações”. “Vamos contratar três ou quatro jogadores. Dispensas não haverá necessariamente. As contratações são por causa das lesões”, afirma.
Prestígio
O prestígio de Paulo Porto – por ter conquistado a Copa Sul/Fronteira, Supercopa Gaúcha e Recopa, além de ter garantido o Pelotas no Campeonato Brasileiro da Série D de 2014 – faz com que o treinador esteja isento de responsabilidade pelos maus resultados nas rodadas iniciais do Gauchão. O número excessivo de lesões surge como a principal causa do rendimento insatisfatório da equipe na competição.
Em anos anteriores, os treinadores não tiveram prestígio suficiente para resistir os fracassos iniciais no Gauchão. Em 2012, Carlos Gavião caiu na terceira rodada. No ano passado, Beto Almeida ficou no comando da equipe apenas nas três primeiras partidas. Paulo Porto vai pelo menos para o quarto jogo.
Mais problemas: Felipe Garcia sente lesão e Alex é suspenso
Se as lesões são a principal causa da má campanha do Pelotas no Campeonato Gaúcho, a perspectiva imediata não é animadora. Os problemas continuam ocorrendo. Na partida de quarta-feira, em Lajeado, mais dois jogadores saíram de campo lesionados: Micael, que foi a surpresa na escalação titular, formando a dupla de volante com Felipe Guedes; e Felipe Garcia, com dores na região do púbis. Além disso, o lateral esquerdo Alex foi expulso.
A situação que mais preocupa é a de Felipe Garcia. Se confirmada a lesão de púbis, o jogador pode ficar longo período em recuperação, comprometendo sua participação no restante do Gauchão. Gilmar, que voltou ao time na quarta, sentiu novamente o problema no posterior da coxa, mas deve jogar contra o São José.
No treino da manhã desta sexta-feira, Paulo Porto define quem irá jogar no Passo D’Areia, escolhendo os titulares entre as poucas opções disponíveis. Na lateral-esquerda, por exemplo, Digão deve retornar ao time, após afastamento por lesão. Os concorrentes pela posição estão sem condições de jogar: Carlos Alexandre, lesionado, e Alex, suspenso. Bruno Salvador e Jefferson têm possibilidade de serem liberados para o próximo jogo.
Bate Pronto – por Caldenei Gomes
Assustador
O Pelotas transforma seu começo de Gauchão numa cena assustadora. O aproveitamento é de apenas 8%. A vantagem sobre o lanterna Aimoré está no saldo (negativo) de gols: menos quatro contra menos sete do concorrente. Se perder para o São José, sábado, no sempre temido piso sintético do Passo D’Areia, vai mexer com a estrutura – antes apresentada como sólida, convicta e vencedora.
O Pelotas consegue superar o mau começo de Gauchão das temporadas anteriores. Em 2011 (1 a 0 contra o Lajeadense), 2012 (1 a 0 no Ypiranga) e 2013 (2 a 1 diante do Santa Cruz), o time áureo-cerúleo conseguiu ganhar na quarta rodada. Nos dois últimos anos, após ter perdido os três primeiros jogos e trocado de técnico, o Lobão se recuperou no quarto compromisso. Ou seja, na quarta rodada estava com três pontos. Agora, em 2014, tem apenas um (e somado no acaso contra o Veranópolis).
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Rebaixamento
O Pelotas iguala nas quatro primeiras rodadas o aproveitamento da fatídica campanha do rebaixamento em 2004. Naquele ano, o Lobão somou um ponto nos quatro primeiros jogos. Pela ordem: derrota de 2 a 0 para o Esportivo, na Montanha; empate por 2 a 2 com o São Gabriel, em casa; derrota de 1 a 0 diante do Santa Cruz nos Plátanos; e perdeu por 1 a 0 para o Glória, em Vacaria.
Não dá para imaginar que o Pelotas possa ser rebaixado pelo que fez recentemente. Mas não basta acreditar, é preciso fazer acontecer. Acreditando que a recuperação é uma questão de tempo e que faltam ainda muitos jogos, é que times tidos como grandes caminham para a segunda divisão. O momento exige humildade. A classificação é bônus futuro. A realidade aponta a necessidade urgente de sair da humilhante zona do rebaixamento.
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– Três equipes não venceram ainda no Gauchão: São Luiz, Pelotas e Aimoré. Outras três não perderam: Internacional, Brasil e Veranópolis. O Inter possui também o melhor ataque, com oito gols em quatro jogos.