CORTE DA FENADOCE 2017 : Histórias que se cruzam na paixão por Pelotas
A recém coroada corte da Fenadoce 2017, que acontece de 31 maio a 18 de junho, pode ser definida com uma palavra em destaque: diversidade. A rainha, Fernanda Rott, veio de longe, mais precisamente do estado de Roraima. Casada, a princesa Laura Soares representa um regulamento mais flexível e moderno. A também princesa Bibiana Dias tem somente 18 anos, mas a experiência de poucas como representante de uma instituição. Juntas, elas têm a missão de representar a Fenadoce e a paixão pela história de Pelotas.
ORIGENS PORTUGUESAS
Com apenas 18 anos, a estudante do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Bibiana Dias, sabe bem o que é representar uma instituição. Envolvida com o Centro Português há alguns anos, ela acredita que a experiência foi um diferencial na sua preparação. “Isso fez com que eu me sentisse mais preparada para o concurso e também para exercer o meu papel na corte”, salienta.
Apaixonada por Pelotas, Bibiana diz que a interação que a cidade permite com as construções históricas, como o Museu da Baronesa e a Praça Cel. Pedro Osório, é motivo de orgulho. Nascida em uma família tipicamente portuguesa, ela cresceu observando suas avós prepararem os doces que, hoje, são a marca registrada de Pelotas. “A cultura pelotense sempre esteve enraizada em mim, enquanto uma de minhas avós fazia fios de ovos, que é um dos principais ingredientes dos doces de Pelotas, a outra preparava bem-casados, um dos doces certificados da feira”, revela a jovem princesa.
QUEBRANDO PARADIGMAS
Neste ano uma das mudanças no regulamento do concurso permitiu que mulheres casadas também pudessem se candidatar. Esse foi o caso da princesa Laura Soares. A estudante de fisioterapia, casada e com 29 anos vê a oportunidade como um momento de quebrar paradigmas. “Mulheres com esse perfil tem plenas condições de representarem a feira também”, defende.
Laura confessa que no início do concurso estava confiante em ser escolhida para fazer parte da corte, mas ver o quanto as outras participantes estavam preparadas a deixou apreensiva com o decorrer dos dias. Agora, já coroada, ela tirou os primeiros dias para agradecer. “Acho muito importante sermos gratos com quem nos ajuda e nos incentiva na realização de um sonho”, explica.
DE RORAIMA PARA PELOTAS
A paixão por Pelotas veio logo cedo em Fernanda, 20 anos e acadêmica do curso de Direito da UFPel. Natural de Boa Vista (RR), ela conta que conheceu a cidade através de uma professora que deu a ideia da turma viajar para conhecer “a famosa cidade do doce”. “Foi quando comecei a me interessar pela cultura e tradição da cidade e estudar sua história mais a fundo”, conta ela. De lá pra cá já se passaram seis anos desde que ela convenceu a família a se mudar para a cidade – o pai é militar do Exército e pediu transferência para Pelotas. “Hoje eu não consigo me imaginar em outro lugar”, diz ela em tom de declaração à cidade que a acolheu.
Apesar de a experiência como rainha recém ter começado, a estudante conta que conhecer as demais participantes do concurso já valeu a pena. “Não posso deixar passar que elas estão entre as maiores preciosidades que ganhei durante o concurso e que agora fazem morada no meu coração”, afirma ela, que diz não esquecer também dos momentos vividos durante a carreata pela cidade. “O amor que recebi assim, de graça e de bom grado, certamente é o que mais mexeu comigo nessas duas semanas.”
A feira ainda está longe, mas a expectativa de Fernanda é grande. Para ela, não se pode deixar morrer a magia da feira. O recado a todo o público, pelo menos, ela já tem: “não ousem ir embora sem tirar pelo menos uma foto com a corte”.