Diário da Manhã

sábado, 16 de novembro de 2024

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CPI NA CÂMARA : UBSs não têm condições de garantir qualidade de remédios para população

01 junho
09:27 2016

As três farmacêuticas que depuseram na manhã de ontem, na CPI dos Medicamentos na Câmara Municipal, confirmaram que as unidades básicas de saúde de Pelotas não possuem pessoas qualificadas para assumir a responsabilidade das farmácias, fazer o controle de qualidade dos medicamentos e das condições de armazenamento e temperatura.

PROFISSIONAIS da Saúde foram questionadas por vereadores

PROFISSIONAIS da Saúde foram questionadas por vereadores

Última a se manifestar, Carla Fortes Teixeira, farmacêutica fiscal do Conselho Regional de Farmácia do RS, que inspecionou 47 dos 52 postos municipais em 2015, disse que “muitas UBSs não têm condições de garantir a qualidade dos medicamentos que são entregues à população”.

Armazenados no chão, encostados no teto, em paredes úmidas e mofadas, fora da geladeira quando deveriam ter controle de temperatura, os medicamentos precisam ser consumidos em pouco tempo para não perderem a qualidade, conforme a farmacêutica do CRF.

Márcia dos Santos

Márcia dos Santos

Convidadas pela CPI que investiga o descarte de medicamentos pela Prefeitura, com data de validade já vencida e ainda por vencer, as farmacêuticas Cristiane Pereira Brum, chefe da Farmácia Municipal, e Márcia Del Ponte dos Santos, também da Farmácia Municipal, deixaram claro que não têm responsabilidade pela avaliação do material a ser descartado.

Quem decide o quê não serve mais para consumo são os funcionários dos postos, já que não existem farmacêuticos nas unidades básicas de saúde. Embora a Farmácia Municipal possua três farmacêuticos – além de Cristiane e Márcia também trabalha Ricardo Falchi – os postos não são visitados para avaliação periódica de suas instalações, principalmente das farmácias.

Carla Fontes Teixeira

Carla Fontes Teixeira

QUESTIONADA se conhecia as unidades de saúde, Márcia dos Santos, que atua há 12 anos na Farmácia Municipal, foi enfática: “não visito as UBSs. Conheço algumas pontuais”. Ela também confirmou que a situação de armazenamento dos medicamentos “é inadequada”, mas disse que somente recebe o material para descarte e que “confiamos na avaliação do posto”, embora não fique sabendo quem fez o descarte nem por que mandaram.

Cristiane Brum

Cristiane Brum

Nem mesmo um laudo técnico é elaborado para o descarte dos remédios. A confirmação da inexistência do documento foi da chefe da Farmácia Municipal. Cristina Brum confirmou também que existem falhas na fiscalização das UBSs, como no caso das caixas de espéculos (instrumento ginecológico) enviadas “por engano” para destruição no dia 20 de abril, quando os vereadores Ricardo Santos e Marcos Ferreira foram avisados de um descarte de medicamentos não vencidos.

AS PROFISSIONAIS foram questionadas pelos vereadores Marcos Ferreira (PT), presidente da CPI, Ricardo Santos (PCdoB), relator, Ivan Duarte (PT), Beto Z3 (PT) e Luís Henrique Viana (PSDB). O vereador Marcola indagou de Márcia dos Santos se a Secretaria Municipal de Saúde havia tomado alguma medida, depois da ação empreendida pelo Legislativo em relação à situação das farmácias dos postos. Segundo a servidora nada foi feito. “Não temos uma pessoa subordinada à Farmácia, tem posto que não tem nem coordenador”, afirmou.

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