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CRAS FRAGATA : Famílias passam 12 horas nas filas e não são atendidas

CRAS FRAGATA   : Famílias passam 12 horas nas filas e não são atendidas
29 julho
09:09 2022

Após a constatação de que centenas de pessoas, especialmente mães, estão passando a noite em frente aos prédios onde funcionam os Centro de Referência em Assistência Social (Cras), vereadores de Pelotas estiveram em reunião ontem com o prefeito em exercício, Idemar Barz (PSDB).

Estiveram presentes o presidente da Câmara, vereador Marcola, o segundo vice-presidente, vereador Cesinha (PSB), o primeiro secretário, vereador Paulo Coitinho (Cidadania), o segundo secretário, vereador Michel Promove (PP), o secretário de Governo, Fábio Machado, o secretário de Assistência Social, Tiago Bündchen, o chefe do Cadastro Único, Maicon Machado, o assessor especial de Comunicação da prefeitura, Gustavo Azevedo e o assessor da Secretaria de Governo, Joaquim Freitas.

Vereadores cobram ações da prefeitura

O encontro foi motivado pela situação verificada pelo vereador Cesinha. Na quarta-feira à noite, ele esteve, a partir das 22h, em frente ao prédio do Cras Fragata, na avenida Duque de Caxias, 734. Verificou que mais de 200 pessoas formavam uma fila à espera de atendimento na manhã de quinta-feira.

Além da busca pelos serviços inerentes à pasta, as pessoas procuram os Cras para encaminharem seus pedidos para recebimento do Auxílio Brasil, recursos destinados pelo Governo Federal para famílias de baixa renda e vulnerabilidade social e econômica.

VEREADOR César Brisolara (Cesinha), do PSB, acompanhou as filas no decorrer da noite e da manhã

Cesinha aponta que a situação é recorrente e que as filas precisam acabar. “Temos uma situação quase medieval para o recebimento do auxílio. A Secretaria tem que se programar e ter outro mecanismo para evitar as filas, ainda mais neste período de inverno. Constatamos que havia mães, uma com um bebê de sete meses e outra com uma criança de dois anos,” aponta ele.

O vereador posiciona-se ao afirmar que a situação não pode continuar assim. Para ele, o Executivo não pode achar que é uma coisa normal, não pode submeter a população de Pelotas a essa situação. “Parece ser a fila da tortura, onde as pessoas precisam comer, calçar. Parece um Apartheid. Tem que ter mecanismos para mudar essa realidade,” comenta Cesinha.

O presidente da Câmara, (sem partido) aponta que este é um serviço público e, como tal, não pode causar problemas à população. “É preciso buscar alternativas para tirar as pessoas dessa situação, que não é compatível com a vontade do governo e nossa vontade”, comenta.

Já o vereador Paulo Coitinho se diz solidário com o movimento dos demais vereadores e, em especial, com a população. Para ele, é preciso otimizar ferramentas para melhorar o atendimento junto à Secretaria, ao Cadastro Único. “Esse não é um problema apenas de Pelotas, já acontece em outras cidades. As pessoas não podem e não deveriam permanecer tanto tempo em uma fila para atualizar ou fazer o Cadastro Único,” comenta ele, indicando ser esta uma política apresentada pelo Governo Federal, à beira de uma eleição, despertando as pessoas, querendo receber os recursos. Entende ele que pode ser feito um mutirão, com mais pessoas, para o atendimento.

Para o vereador Michel Promove trata-se de uma demanda extraordinária, que coloca à prova a capacidade estrutural de atendimento. Entende que é preciso garantir que as pessoas possam se cadastrar, ter o atendimento e o acesso aos recursos.

Também aponta ser preciso entender de que forma a Secretaria de Assistência Social vai se preparar para atender essa demanda. Para o edil, as pessoas não podem passar a noite nas filas, na chuva e ainda correrem o risco de não serem atendidas.

A reunião teve início às 10h30min e prolongou-se até às 12h30min. O vice-prefeito e prefeito em exercício, Idemar Barz afirma que a situação precisa ser resolvida de imediato. “É uma questão que não pode demorar. As pessoas precisam e aguardam uma solução”, comenta.

Disse ainda o prefeito em exercício que os vereadores e os integrantes da Secretaria de Assistência Social apresentaram sugestões e que as definições precisam ser tomadas o mais rápido possível. “O quanto antes será melhor para todos,” comentou.

 

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