CRISE POLÍTICA : Câmara tranca pauta para projetos da Prefeitura
A indignação tomou conta dos pronunciamentos da maioria dos vereadores da base governista na Câmara Municipal na manhã de quinta-feira. As falas foram inflamadas por críticas, que teriam sido feitas por secretários municipais, com relação a atuação, qualificação e capacidade dos parlamentares. Em resposta ao que foi classificado como desrespeito ao Legislativo, os vereadores decidiram trancar a pauta e não discutir, nem votar qualquer projeto da Prefeitura seja Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou no plenário. O trancamento da pauta vale a partir da próxima terça-feira.
O protesto foi puxado pelo vereador do Progressistas, Michel Promove que apresentou o relato de críticas desabonadoras que teriam sido feitas em reunião do secretariado da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) dias atrás. “Teve secretário que falou que vereador não é qualificado, que não merecia estar aqui, mas tem algum vereador que está na Casa que não foi eleito democraticamente pelo povo? Secretário nenhum vai vir dizer seu eu mereço ou não estar aqui”, declara.
O presidente da Câmara, Cristiano Silva (PSDB) – sem citar nomes – classificou a postura dos secretários envolvidos na desqualificação dos vereadores como “inadmissível” e propôs o trancamento da pauta até que haja uma resposta da prefeita. “Se eles falam isso de nós, imagina o que falam da comunidade. Somos os representantes do povo e não vamos deixar que se desqualifique nossa população”, afirma.
LIDERANÇA – O líder do governo na Câmara, vereador Marcos Ferreira, Marcola (PTB) corou respeito ao Legislativo e argumentou que “se há ofensa a um parlamentar, essa ofensa recai sobre todo o parlamento”. Para Marcola a prefeita tem demonstrado disposição ao diálogo e a manter a harmonia com a Câmara e que os secretários deveriam seguir o exemplo.
“Entendo que devemos tomar a posição de cobrar da prefeita que restabeleça a ordem do diálogo e repactue as relações entre os dois poderes, no sentido, de aparar as arestas porque não podemos sofrer perseguição ou retaliação dos secretários”.