CURSO PREPARATÓRIO : Futuros pais recebem orientações e esclarecimentos sobre adoções
Orientações, esclarecimentos, empatia e uma série de sentimentos estiveram em pauta quarta-feira, quando ocorreu a 5ª edição do Curso Preparatório para Adoção, proferido pela equipe técnica do Foro da Comarca de Pelotas, no Salão de Juri.
O curso contou com palestras que objetivavam levar às famílias informação e alento, durante o processo de habilitação para que enfim possam entrar na fila de adoção. Entre as abordagens, estava o entendimento de que existem pessoas esperando para serem pais e outras aguardando para serem filhos e, que durante esse processo é necessário existir um amadurecimento de ambas as partes, para que ao se reunirem possam usufruir de um relacionamento saudável, como se espera.
Para a Assistente Social do Foro de Pelotas, atuante há mais de 24 anos no judiciário, Ângela Megiatto, mesmo que o curso preparatório seja uma etapa obrigatória do processo legal de adoção, ele traz aos participantes informações e esclarecimentos, como também possibilita o amadurecimento quanto à motivação e se de fato desejam serem pai e mãe, além de os candidatos terem espaço para um momento de reflexão sobre o perfil de criança buscado, que é uma das principais preocupações da equipe técnica. Além de todos os esclarecimentos, outro assunto importante abordado são os mitos, verdades e mentiras envolvendo a adoção, que muitas vezes dificultam o andamento do processo.
Durante as palestras, foi comentado do andamento legal para chegar até a fase de convivência com a criança. Ângela Megiatto comentou do passo-a-passo: “Para dar início, é necessário que todas as pessoas que têm interesse em adotar ingressem no Juizado da Infância e Juventude com a sua documentação, para que o Juiz possa dar entrada no pedido de avaliação psicossocial desses candidatos. Após essa etapa, o processo é devolvido ao Juizado, quando o Juiz informa ao Ministério Público para que dê seu parecer, e depois o Juiz procede à sentença, que se favorável, permite que os candidatos ingressem na lista de espera para adoção, onde ficam aguardando até que sejam acionados”. No caso de surgir uma criança com o perfil desejado e for do interesse dos candidatos, tem-se início todo o processo de convivência entre a família e a criança.
Gustavo de Souza e Leni Krause de Souza, candidatos ao processo de adoção, falaram da decisão em adotar uma criança, após a dificuldade em conseguir ter um filho pelo processo natural. Leni de Souza comentou que “independente de poder ou não ter filhos, sempre tive essa vontade de poder adotar, principalmente após ver casos na televisão de crianças abandonadas, e acho que nós temos muito amor em nossa família para dar pra alguém que esteja precisando”. Gustavo Souza falou também que essa decisão foi tomada há cerca de 2 semanas, após a última tentativa de inseminação artificial não ter funcionado, mas que eles já conversavam sobre o assunto há bastante tempo e sempre foi uma opção adotar. Outro assunto abordado pelo casal foi a questão do perfil buscado, comentado por Gustavo “Nós não temos nenhum preconceito quanto à raça, mas ainda estamos pensando se temos estrutura mental quanto a alguma doença, assim como sobre a idade já que não queremos um bebê, poderia vir com 6, 7 8 anos, tudo seria conversado e possível, mas ainda estamos pensando”. Uma das maiores dificuldades do processo de adoção é justamente o perfil buscado pelos candidatos, que muitas vezes buscam crianças com até 4 anos, de pele clara e sem doenças pré existentes.
Após as palestras, o Dr. Marcelo Malizia Cabral, Juiz de Direito e Diretor do Foro da Comarca de Pelotas, fez uma breve fala de encorajamento aos candidatos presentes, para que não desistam ao longo do caminho. Parabenizou a equipe técnica do Juizado da Infância e Juventude pelo evento, e disse estar muito feliz em ver tantos interessados em adotar, visto a grande quantidade de crianças esperando por um lar, principalmente em nossa região. Comentou ainda que o desejo do Foro é o de acolher a todos que estão participando desse processo, assim como prestar todos os esclarecimentos necessários para que possam dar andamento às adoções da melhor maneira possível.