Diário da Manhã

Abambaé Cia. de Danças Brasileiras realiza campanha para viabilizar a participação no VI Encontro Binacional de Dança em Cusco

Por Carlos Cogoy

Aos sábados pela manhã eles têm ido ao Calçadão.  Caixa de som ligada, e o grupo de jovens começa a série de coreografias. Os ritmos brasileiros dão o tom para o gingado, o requebrado, e os movimentos dos dançarinos. Transeuntes vão parando, prestam atenção e aplaudem ao final. Após algumas performances, integrante vai ao microfone e expressa a campanha.

Intercâmbio cultural está entre os objetivos

O grupo de dança solicita contribuição espontânea do público. Parte da plateia ouve e segue seu rumo, outros lentamente aproximam-se e oferecem quantias. A arrecadação é uma das estratégias da “Abambaé Companhia de Danças Brasileiras”, que está reunido colaborações para conseguir viajar até o Peru. Conforme Iza Paula Pereira, que integra a direção da Cia., o projeto é participar do VI Encontro Binacional de Dança, organizado pelo Centro de Pesquisa e Promoção de Arte e Folclore “Perudanza”. O evento acontecerá entre os dias 25 e 31 de agosto na cidade de Cusco. “De caráter não competitivo, o encontro busca o intercâmbio cultural e a irmandade entre os povos através das dança tradicionais”, acrescenta Iza.

APOIO – O grupo pelotense foi convidado para participar do festival. Para chegar lá, no entanto, estão sendo desencadeadas diferentes formas de apoio. “A  Abambaé recebeu o convite para participar do VI Encontro Binacional de Dança, através do diretor José Luque. Ele teve a oportundidade de conhecer nosso trabalho quando, em conjunto com o seu grupo ‘Perudanza’, participamos do Encontro Internacional de Folclore América Unida no Uruguai. Mas, como a Abambaé é uma companhia de dança independente, não contamos com nenhum tipo de ajuda de custo, ou auxílio financeiro de nenhuma instituição ou empresa. Daí os custos da viagem serão integralmente por nossa conta. Então, como a maioria dos bailarinos, é formada por estudantes, torna-se quase impossível juntar a quantia das passagens, sem as ações como as que realizamos aos sábados no Calçadão. Para arrecadar fundos para viagem, a companhia está realizando diversas ações. Além de dançar aos sábados no Calçadão e pedir o auxílio da comunidade pelotense, também estamos vendendo rifas, participando de editais que incentivam o intercâmbio cultural e projetando uma ‘vaquinha online’, que brevemente será divulgada nas redes sociais. Qualquer ajuda é bem-vinda”, ressalta a diretora Iza. Para colaborar com a trupe da “Abambaé”, contatos podem ser feitos através do Facebook.com/abambaedobrasil, instagram ‘@abambaebrasil’, ou no email: [email protected]

Repertório com danças de diferentes regiões

TRAJETÓRIA – Abambaé significa “Terra dos homens” em tupi-guarani. Como missão, informam integrantes, a divulgação e promoção da riqueza cultural da “terra dos homens”. Iza menciona: “A Abambaé é uma companhia de dança independente, e foi fundada em 2005. Desde 2010, estamos vinculados ao Núcleo de Folclore (NUFOLK/UFPel), projeto de extensão que nos dá suporte na pesquisa de danças folclóricas brasileiras, bem como no espaço físico para os ensaios. E destacamos que a Abambaé Companhia de Danças Brasileiras, é um dos poucos grupos do País que pesquisa e produz espetáculos sobre as danças folclóricas das cinco regiões. Na trajetória de doze anos, já nos apresentamos em diversas cidades gaúchas. A exemplo, as apresentações em festivais internacionais de folclore, em cidades como Cruz Alta, Nova Petrópolis e também aqui em Pelotas. Além disso, atuamos como grupo anfitrião no Festival Internacional de Folclore e Arte Popular de Pelotas (FIFAP). É importante frisar, também que já representamos nosso país em festivais de folclore na Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Colômbia”.

Grupo tem se apresentado aos sábados no Calçadão

PARTICIPAÇÃO – Além de Iza Paula Pereira, a direção geral também conta com Thiago Amorim, Diego Pereira e Jaciara Jorge, que dirige a parte artística. Atualmente a Cia. reúne elenco com 22 integrantes. A faixa etária está desde os dezesseis até 38 anos de idade. Sobre a participação na “Abambaé”, a direção informa: “Há duas formas de ingressar na companhia. Uma delas é através de convite direto. Outra é participando da aula aberta à comunidade. A programação acontece esporadicamente, mas é amplamente divulgada nas redes sociais. Muitos dos bailarinos que atualmente estão atuando na Cia., foram selecionados enquanto participavam da aula aberta”.