Diário da Manhã

quinta, 26 de dezembro de 2024

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DANDÔ CIRCUITO DE MÚSICA : Do que canta a semente do coração popular

09 outubro
10:03 2014
Filhas Amanda e Helena já acompanham o pai

Filhas Amanda e Helena já acompanham o pai

Amanhã às 19h15min no auditório do Sindicato da Alimentação – Barroso 3.124 -, apresentação de Giancarlo Borba 

Por Carlos Cogoy

Natural de Herval, cursou música em Pelotas, vive com as filhas e mulher em “Cornélios” – vilarejo de pescadores – entre Capão da Canoa e Terra de Areia no litoral norte. Vida simples, criativa e integrada à natureza. O talentoso Giancarlo Borba será a atração amanhã em mais uma edição do “Dandô Circuito de Música Dércio Marques”. A proposta é o intercâmbio da música independente, com a solidariedade e colaboração entre os artistas. Assim, Giancarlo que, participando do circuito, já levou sua música a Santa Catarina, e ainda tocará no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco, em Pelotas será recepcionado pelo grupo Barrio Sur. A arrecadação com os ingressos, vai para o artista. O valor é de R$20,00, sendo meia entrada para professores, estudantes, portadores de necessidades, idosos com mais de sessenta anos e também jovens entre quinze e 29 anos, cuja renda familiar consta no Cadastro Único. Apoiadores: Radiocom 104.5; Sindicato dos Bancários; Sindicato da Alimentação; SIMP; ECO Restaurante.

Giancarlo Borba

Giancarlo Borba

POPULAR – Sobre a sua arte, o compositor explica: “Minha proposta é fazer música popular, sem rótulos. O que faço é apenas música ligada a todo contexto em que vive o homem. O fato do regional estar presente é algo natural, está no sangue. Meu pensamento seria como dizia Tolstoi ‘Se queres universal, comece por pintar a sua aldeia’. Mas é claro que também como dizia Belchior ‘Por força desse destino um tango argentino me cai bem melhor que um Blues’. Escuto cotidianamente Victor Jara, Zitarrosa, Elomar, Basílio Conceição, Daniel Viglietti, Chico Buarque, Chico Cesar, Jorge Drexler, Violeta Parra… Se for citar, vai longe… Tenho um vício que é trabalhar escutando música, então estou sempre a procura de coisas novas”. Em relação a música e o questionamento acerca da realidade desigual: “Penso que as coisas estão num mesmo contexto, não podem se separar. É possível lutar por um mundo mais justo sem ser panfletário ou sem falar isso nas letras. Podemos falar por exemplo do amor que existe entre ‘a terra e o lavrador’, a semente e a mão… são coisas da vida cotidiana sem máscaras. Mas respeito todas as formas dignas de se fazer arte, seja ela engajada ou não. Tem pessoas que assim como eu preferem estar na linha de frente, outras preferem apenas escrever sobre os temas sociais, outras preferem não se engajar, e todas antes tudo isso, são seres humanos e merecem ser respeitadas”.

CD “Milongador” (Foto) foi produzido durante dez anos, resultando da parceria de Giancarlo com o professor Osmar Hences

CD “Milongador” (Foto) foi produzido durante dez anos, resultando da parceria de Giancarlo com o professor Osmar Hences

DISCO – O disco “Milongador” com o parceiro Osmar Hences, foi elaborado durante dez anos. Giancarlo observa: “O trabalho teve um longo período de amadurecimento, pois foi resultado do trabalho de quase dez anos de parceria com o professor Osmar. Inclusive chegamos começar a gravá-lo com o nome ‘Do que Cabe na Palma da Mão’, época na qual ainda morava em Pelotas. Mas os rumos da vida nos levaram por outros caminhos e tivemos alguns anos de dormência até recomeçar o trabalho com nova cara, bem mais maduro… O Osmar Hences foi meu professor quando ainda estudava em Herval, e influenciou minha escolha pela música. Trabalhamos juntos no processo estético, mas infelizmente ele não chegou a ver o CD lançado em vida. Nos últimos anos Hences estava vivendo em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), onde realizava trabalhos como educador popular”.

CIRCUITO Dandô para Giancarlo: “A Katya Teixeira é uma grande pesquisadora da cultura popular. Logo que lancei o ‘Milongador’ ela já o descobriu e veio conversar sobre seus projetos e desde então foi amor à primeira vista. E hoje ela é parte da família. Fui convidado a abrir trincheiras pelo Brasil afora nesse projeto de guerrilha cultural. E é isso que estamos fazendo, plantando sementinhas, somando, conhecendo muitas pessoas e levando nossa arte”.

Com ‘griô’ Sirley Amaro

Com ‘griô’ Sirley Amaro

ATIVIDADES – Na trajetória, Giancarlo participou do DVD que homenageia Basílio Conceição. Admirador da arte do músico de Arroio Grande, lembra que ele dizia: “Nunca fui poeta e pouco sei cantar”. A postura contrasta com a “indústria” dos festivais nativistas – ação entre amigos que geralmente alterna vencedores, para embolsar verba pública. Giancarlo expressa que é avesso ao “circuito da voz empostada que canta o cotidiano do latifúndio”. Integrante da Rede Brasileira de Arteducadores, constrói instrumentos e realiza oficina de “eco-instrumentos”. Como projetos, CD “De estradar mundos e fundos” – entre os parceiros, Martim Cesar -, e o disco/livro “Di, Dá, Nó” para público infantil.

 

 

Visita a Pedro Munhoz

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Amizade com o "genial" Santana

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