Diário da Manhã

A noite de domingo implorava outro cenário, mas terminou triste ao Xavante. O Grêmio Esportivo Brasil duelou com a Aparecidense em um jogo parelho, equilibrado, mas decidido nos detalhes a favor dos visitantes goianos. No Bento Freitas, diante de mais de 8.167 pessoas, o Rubro-Negro gaúcho foi superado por 2×1 em um jogo que ainda reservou polêmicas.

Com a derrota em duelo decisivo pela permanência na Série C, o Brasil fica na última posição com 14 pontos. Precisa fazer 100% de aproveitamento nas últimas três rodadas para depender só de suas forças. Nas próximas rodadas, nas últimas, joga com o Floresta no Ceará, contra o Confiança no Bento Freitas e contra o Vitória em Salvador. Só um milagre salva.

Na Baixada, público recorde nesta Série C com mais de oito mil presentes. Muitas famílias, gente que não ia ao estádio faz mais tempo, tudo por conta da super promoção preparada pela direção, com ingressos a 5 reais. A festa foi bonita na recepção ao ônibus, como é de costume nessas grandes decisões. Em campo, a maioria não prevaleceu.

O jogo foi transferido da noite de sábado para noite de domingo, porque o voo da Aparecidense teve dificuldades de pousar em Pelotas. Acerto feito junto à CBF e a busca pela vitória transferida de uma noite para outra. Quando a bola finalmente rolou, a Aparecidense do técnico Moacir Júnior fez um jogo organizado, sem se afobar. O Brasil teve dificuldades de atacar e resolver no primeiro tempo. Gilberto Alemão, de cabeça, após escanteio da direita, teve a melhor chance, mas sua cabeçada terminou com a bola na linha de fundo, por cima da meta. Em um jogo tenso, nervoso pela atmosfera criada de decisão, a Aparecidense foi precisa no fim da etapa. Boa saída em velocidade, como um contra-ataque, enfiada de bola e pênalti do goleiro Otávio no choque com o atacante.

O artilheiro Alex Henrique cobrou no centro da meta, Otávio se deslocou para o canto e não conseguiu a defesa: 1×0.

No segundo tempo, Thiago Gomes tentou através de trocas. Queria um Brasil mais ofensivo, queria alternativas para empatar o jogo. O empate veio no jogo aéreo, em bolas paradas que o time tem treinado e dado resultado. Contra o Atlético Cearense, dois gols. Contra a Aparecidense, um: escanteio da esquerda e o zagueiro Rafael Castro cabeceou firme, para rede: 1×1.

O Brasil ensaiou pressão em alguns momentos. Marcelinho, o ofensivo lateral direito era o principal nome no ataque, arrematou e o goleiro espalmou para salvar. Em outros lances, faltava aquele último tapa, o toque final para rebuscar o caminho do gol. O centroavante Junior Pirambu mais uma vez quase não foi acionado, após entrar no lugar de Thiago Santos. Pirambu tem apenas um gol na competição.

E o castigo foi o pior possível. Em ataque lúcido da Aparecidense, jogada fechada para grande área, drible e assistência para entrada de João Luiz cortar a grande área e empurrar para o gol vazio: 2×1. O Xavante reclamou muito de impedimento e o lance ficou mesmo na dúvida. O jogador da Aparecidense estaria atrás ou na frente da linha da bola no momento do passe. Apesar da dúvida de quem assistiu, o assistente não compartilhou dela e correu para o centro do campo, validando o gol e dando números finais ao jogo.

O estádio que estava tão animado do lado de fora, que incentivou em momentos na tentativa de corroer a atmosfera tensa, terminou em clima de chateação, em desolados deixando as tribunas, mas outros partindo para cenas de maior lamento. Alguns torcedores entraram no campo, em situação que mais uma vez possa prejudicar o GE Brasil. As imagens não mentem. Fim de jogo no Bento Freitas, Brasil 1×2 Aparecidense e caminho totalmente tortuoso para os últimos três jogos, com o acréscimo do que seria uma campanha épica para escapar, agora com os contornos do sobrenatural.

BRASIL 1×2 APARECIDENSE

BRASIL: Otávio Passos; Marcelinho, Gilberto Alemão, Rafael Castro e Gabriel Araújo; Karl (Janderson), Macaé, Jonatha Carlos (Marllon), Mateusinho (Biel), Wilson Jr (Rafael Carvalheira) e Thiago Santos (Pirambu). Técnico: Thiago Gomes.

APARECIDENSE: Gabriel; Adriel, Wesley Matos, Ricardo Lima, Rodrigues, Renato, Rodriguinho, Cardoso, Robert, Felipe Menezes e Alex Henrique. Técnico: Moacir Jr.

• ÁRBITRO: Rodrigo José de Lima, com Bruno Cesar Vieira e Fernando Antonio Junior (trio pernambucano)
• Partida válida pela 16ª rodada da Série C do Brasileiro, no Bento Freitas, em Pelotas.
• Público: 8167