DEUS MERCÚRIO : Escultura está sendo restaurada
Cercada por uma história de mistério quanto a sua origem, a estátua do Deus Mercúrio do Mercado Central já começou a ser restaurada, através de uma parceria das secretarias de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti) e Cultura (Secult) com duas conservadoras-restauradoras graduadas pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Durante todo o processo, Isabel Torine e Flávia Faro irão trabalhar em uma sala envidraçada do Mercado, a fim de aproveitar a luz natural e permitir que o público que circula pelo local possa acompanhar as etapas da restauração de perto. As duas profissionais foram escolhidas pela Secult em função de sua experiência técnica relacionada ao manejo com estátuas metálicas.
A primeira etapa da restauração consiste em um demorado trabalho de retirada da pintura externa, com o uso de um bisturi cirúrgico e um pincel de cerdas macias para evitar danos à peça. Isabel e Flávia pretendem utilizar a menor quantidade possível de solvente para soltar a tinta, apesar de saberem que em algumas partes mais frágeis e danificadas seu uso será necessário. A previsão é de que o trabalho seja finalizado em até 60 dias, mas a dupla de conservadoras-restauradoras espera finalizá-lo antes disso.
Depois de restaurada, a estátua do Deus Mercúrio será instalada em um pedestal no corredor do Mercado Central, próxima das bancas 76 e 77 e da porta de saída para a rua Tiradentes, com iluminação cênica e letreiro informativo.
A HISTÓRIA DA ESTÁTUA
A escultura forjada em zinco foi instalada na extremidade da Torre do Mercado durante a primeira reforma do prédio, entre 1911 e 1914, conta o arquiteto da Secult e fiscal do projeto de restauração, Fábio Caetano. Ele também comenta que a obra é uma reprodução de um trabalho do escultor Giambologna, encomendado pela família Médici no século dezesseis, e possui exemplares em diversas cidades do mundo.
Antes do incêndio que atingiu o Mercado em 1969, a estátua já havia sido retirada da Torre, mas o motivo segue desconhecido. Em 2006, a obra passou por uma primeira restauração e gerou expectativa na população de que a peça retornaria ao topo da Torre. A recolocação não ocorreu, pois, ao final do restauro, o braço esquerdo da peça quebrou, demonstrando sua fragilidade.
Novamente restaurada, a estátua ficou exposta no Memorial do Mercado até que as profissionais habilitadas fossem escolhidas pela Prefeitura em agosto deste ano, para realizar a restauração.