Devoção religiosa na Festa de Navegantes
Começou na última sexta-feira (29) a celebração da 85ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada na Colônia Z3, pelas paróquias da Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes e do Sagrado Coração de Jesus, juntamente com a Arquidiocese e apoio da prefeitura de Pelotas. O tema deste ano é “Mãe dos Navegantes ensina-nos a ser uma igreja unida e em saída”.
A abertura das atividades foi às 20h com o tríduo preparatório. A celebração, refletiu sobre o tema “Mãe dos Navegantes ajuda-nos a cultivar a semente da palavra que faz brotar a esperança”, foi presidida pelo padre Wilson Fernandes com a participação das comunidades Nossa Senhora dos Navegantes Val Verde e Santa Rita.
Sábado, também às 20h, ocorreu o segundo encontro do tríduo, com o tema “Mãe da vida ensina-nos a crer na palavra que vence a tempestade e a morte”. O celebrante foi o padre Enéias Carniel. As comunidades Nossa Senhora de Lurdes e Nossa Senhora de Fátima também participaram. No domingo, às 20h, o padre Elpideo Pelegeiro deu prosseguimento a um terceiro tríduo com o tema “Mãe, tu que geraste o pão da vida, ajuda-nos a sermos sinais e instrumentos de salvação”. Haverá a participação da Comunidade Santo Antônio do Laranjal.
Nesta segunda-feira, às 19h30min, as festividades prosseguem com o show acústico da comunidade católica Shalom e saída da procissão luminosa do Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes
pelas ruas da Colônia Z3. Após a procissão, a imagem retornará ao Santuário. O Festival dos Navegantes, com apresentações da dupla Vitor e Rafael, Pagode Beer e a discoteca Poseidon, está previsto para se iniciar após a meia-noite.
No dia da festa, amanhã, a programação das atividades será a seguinte: 8h – procissão motorizada saindo da Igreja Sagrado Coração de Jesus até a Z3; 10h – Missa Festiva presidida pelo arcebispo Dom Jacinto Bergmann no Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes na Z3; 12h – tradicional almoço de confraternização; 15h – saída da procissão lacustre da imagem de Nossa Senhora até o trapiche do Laranjal e Cais do Porto de Pelotas; 16h – início das atrações na praça de alimentação na Z3 e às 18h chegada da imagem ao porto e missa de encerramento celebrada por Dom Jacinto Bergmann em homenagem ao Jubileu dos Religiosos
IEMANJÁ: imagem será preservada
O bacharel em Restauro pela Universidade Federal de Pelotas e técnico em Restauro, Fábio Galli, e o Mestre em Arte Educação e Doutorando em Educação pela UFPel, Cléber Costa, visitaram o presidente da Câmara, Ademar Ornel (DEM) e o vereador Ricardo Santos (PDT) e sugeriram que a imagem de Iemanjá não faça parte da procissão programada para o dia 02 de fevereiro.
Em abril de 2015 a imagem ficou praticamente destruída por um incêndio criminoso na Gruta localizada no Balneário dos Prazeres. O restauro foi iniciado pelo escultor Paulo Azevedo, sobrinho da autora da imagem, a escultora pelotense Judith Bacci, e terminado pelo restaurador César Seara.
“A estátua está fragilizada, sofreu um grande impacto e não tem condições de aguentar variações de temperatura ou de umidade que certamente sofrerá no trajeto pela Lagoa”, explicou o técnico em Restauro Fábio Galli. Além disso, a restauração foi finalizada há pouco tempo e o material com a estátua é feita, gesso, não está pronto para sofrer novos impactos.
A sugestão dos profissionais encontra respaldo no escultor Paulo Azevedo e no restaurador César Seara. Paulo iniciou a trabalhar com a imagem, por um valor simbólico, também em homenagem à tia. Judith Bacci foi uma das mais importantes artistas plásticas de Pelotas, pouco reconhecida em vida, mas cujas obras mostraram o grande talento da escultora.
Segundo Cléber Costa, Paulo Azevedo teve problemas para completar a restauração da estátua. “Por divergências com o presidente da Federação de Umbanda, ele não pode continuar seu trabalho”, explicou o Mestre em Arte Educação, cuja dissertação de Mestrado foi feita sobre a vida do escultor. “Quando contam a história da restauração, não falam em seu nome”.
César Seara, que concluiu o restauro da imagem, também se mostra preocupado com o que poderá acontecer durante a procissão, uma vez que trabalhou com a estátua e conhece a extensão dos danos causados pelo incêndio.