Diário da Manhã

Portas e janelas abertas. Guias a postos e prontos a compartilhar curiosidades. Neste sábado e domingo, a Prefeitura, a Bibliotheca Pública Pelotense (BPP), os Casarões do Centro Histórico e os museus puderam ser visitados por pelotenses e turistas – cena incomum aos finais de semana – dentro das atividades do Dia do Patrimônio 2019. O evento, que ocorre em Pelotas há sete anos, busca aproximar os cidadãos de sua história, promovendo a valorização e preservação de algumas das riquezas do município.

Quem esteve no Paço Municipal, por exemplo, pôde conferir a exposição Bernardo de Souza em Dois Tempos, do fotógrafo da Ascom, Gustavo Vara, conhecer o Salão Nobre e os gabinetes da prefeita Paula Mascarenhas e do vice Idemar Barz. Durante o sábado, a própria chefe do Executivo Municipal recepcionou os visitantes e conversou sobre a temática deste ano do evento: Etno Cidade Pelotas, que tem como objetivo refletir a diversidade da Princesa do Sul.

“É toda a formação de Pelotas e os encontros que se deram na configuração da nossa cidade, que é muito diversa e absolutamente plural. Pelotas vem evoluindo através dos tempos, mas a linha mestre da diversidade étnica se mantém. Em uma cidade que está em permanente construção isso é muito bonito”, avaliou a prefeita.

Um município com diversidade de paisagens, culturas e visões, que mescla o patrimônio e a memória com o moderno, foi o que encontrou Marcelo Noronha, turista de Santiago, no noroeste gaúcho. Ele e a esposa vieram visitar as duas filhas que estudam na Universidade Federal (UFPel) e aproveitaram para conhecer os prédios antigos, além das imponentes fachadas.

Paula apresentou o seu gabinete.

Há seis anos vindo ao município, esta foi a primeira vez em que puderam conhecer os locais por dentro. “É sensacional, uma oportunidade única ver essa preservação. Em Santiago temos uma cultura de fronteira, totalmente diferente”, comentou Noronha, que conversou com Paula sobre a tradição doceira e também o aplicativo Turismo Virtual, iniciativa aprovada por ele e a família.

Aos 17 anos, a pelotense Ana Bandeira conheceu o interior dos prédios históricos pela primeira vez, acompanhada da mãe, Maria, e do Avô Eduardo. Eles avaliam o Dia do Patrimônio como uma democratização de espaços, que faz com que as pessoas se sintam à vontade para entrar e se informar.

“Eu achava as fachadas intimidantes. Foi uma experiência diferente”, confessou Ana, que além da Prefeitura, esteve também na Bibliotheca e nos museus Carlos Ritter e Leopoldo Gotuzzo (Malg).

PATRIMÔNIO BRASILEIRO

A prefeita ainda acompanhou a programação da BPP, do Malg e do Clube Caixeiral. Os prédios fazem parte do Conjunto Arquitetônico de Pelotas, reconhecido como patrimônio cultural brasileiro pelo Iphan.

Paula vê de forma positiva o orgulho crescente que o povo pelotense tem do seu passado e também do que Pelotas é hoje. “Todo mundo que vem de fora me diz que percebe essa consciência das pessoas, do que significa Pelotas patrimônio. Do quanto as pessoas se identificam com isso, se orgulham disso. Nos garante a preservação e o compromisso com o futuro da cidade”, afirmou.

Neste ano, o Dia do Patrimônio começou com boas notícias: o restauro do Theatro Sete de Abril, que já tem data marcada para iniciar, e a limpeza do antigo prédio das finanças – medida de segurança que é o prelúdio da caminhada em busca da sua recuperação, com o pleito de recursos junto ao governo federal e outras esferas.

Ambas as notícias alegraram a professora Mariele da Costa Hernandes, natural de São Lourenço do Sul, que não vê a hora de trazer seus estudantes para conhecer. “É muito importante proporcionar isso para os alunos. Que eles conheçam esses patrimônios”, disse.