DIA MUNICIPAL DO CHORO : Músicos aguardam pela regulamentação da lei
Aprovado na Câmara em 2018, projeto ainda não foi regulamentado pelo Executivo
Por Carlos Cogoy
Na quinta-feira, o talentoso Joaquim Assumpção Avendano Jr (1939/2012), completaria 81 anos. Para homenagear o cavaquinista que teve música gravada por Waldir Azevedo, integrantes do Clube do Choro de Pelotas – está em atividade há cinco anos -, escolheram a data de nascimento de Avendano Jr, 19 de novembro, como Dia Municipal do Choro. A ideia foi apresentada na Câmara Municipal, e o projeto foi encaminhado pelo vereador Ivan Duarte (PT). A aprovação ocorreu a 1º de março de 2018. Porém, conforme mencionam os instrumentistas Paulinho Martins, Rafael Velloso e Gustavo Mustafé, transcorridos mais de dois anos, o projeto ainda não foi regulamentado pelo Executivo municipal. Assim, aproximando-se mais um 19 de novembro, o Clube do Choro, protocolou ofício para uma reunião com a prefeita Paula Mascarenhas. O pedido foi feito a 21 de outubro, e o objetivo é solicitar a regulamentação da Lei 6.545/18. No entanto, ainda não foi marcada a audiência.
BENEFÍCIOS – No País, a 23 de abril, data de nascimento de Pixinguinha (1897/1973), desde 2000 está instituído o Dia Nacional do Choro. Desde então, diferentes Estados e cidades, têm criado leis alusivas ao “chorinho”. O texto do projeto local baseou-se nalgumas experiências pelo País. E o Dia Municipal do Choro, conforme Paulinho, Velloso e Mustafé, proporcionará benefícios: “Será valorizada a memória cultural de Pelotas, associada ao Avendano Jr, bem como a valorização de repertórios e da prática local do choro. Ao ser efetivamente implementado, viabilizará a estrutura necessária para as atividades culturais, de divulgação, e democratização ao acesso, a este importante bem cultural que é o Choro. Com a lei regulamentada, teremos apoio para aprimorar atividades que já têm sido feitas há quase seis anos, como oficinas, ensaios abertos e rodas de choro pela cidade”.
ACERVO DIGITAL – O Clube do Choro, fundado a 23 de abril de 2015, divulga programação especial no dia 19 deste mês. Conforme os músicos, através das redes sociais do Clube do Choro de Pelotas, acontecerá programação virtual. Trata-se do lançamento do Acervo do Choro de Pelotas. “Em formato digital, será divulgado o projeto que trabalha com a memória e patrimônio do Choro aqui na cidade, a partir da manutenção de coleções de fotos, áudios e vídeos de colaboradores, que compartilharam conosco, seus acervos pessoais”, dizem Paulinho, Velloso e Mustafé.
RODAS DE CHORINHO em Pelotas tiveram etapas como o encontros no então restaurante “Liberdade”. A seguir, continuidade no PUB 327, com apresentações do Regional Avendano Jr. Já no largo do Mercado Público, até o início da pandemia, as manhãs regadas a chorinho, conquistaram público cativo. “As rodas de choro matutinas são uma pequena parte do que representava o movimento do choro no Bar, e mantêm o espírito de aglutinar músicos através da descontração. Remanescentes do Regional participam das rodas
servindo de motivação para novos adeptos, que estão se integrando mais com o passar dos anos. A roda é mais que um ambiente musical, mas também uma rica experiência de troca de saberes, de experiência, portanto, aberta a quem queira se embrenhar no universo do Choro. E basta chegar com o instrumento. Logicamente, por ser uma música complexa, necessita de estudo, momentos que estavam acontecendo semanalmente no estúdio da UFPel, Campus II, onde também ocorriam ensaios do Clube do Choro, e algumas oficinas. Tudo aberto e gratuito a quem quisesse participar”, acrescentam os músicos.
GRUPOS – Mustafé é paulista de Araraquara e cursa música popular na UFPel. Ele integra o grupo “Chorei sem querer”. O contato com o choro ocorreu em Pelotas. “Na cidade, o choro teve uma grande importância para a construção cultural, devido a projeção de nomes como Regional Avendano Jr, Ninho do Pardal, Sovaco de Cobra Trio e Paulinho Martins”, diz o músico. Como grupo que surgiu recentemente, menciona o “Feito a martelo”.