DIANÓSTICO INICIAL : O principal problema é o financeiro
A primeira contratação do Brasil para 2016 – tão logo foi assegurada presença na Série B do Brasileiro – não foi de um grande jogador. Mas sim de um profissional para trabalhar na área de gestão. É a constatação de que a parte administrativa necessita ser aprimorada para acompanhar a evolução do futebol.
O presidente Ricardo Fonseca já havia antecipado que o Brasil necessitava de um gestor, que “pensasse o clube nas 24 horas do dia”. O escolhido para a função é Armando Desessards, 48 anos, natural de Uruguaiana, e que, em 2012, decidiu trocar o gramado pelo gabinete. Deixou para trás a carreira de técnico para se dedicar à área de gestão em clubes de futebol.
Desessards chegou ao Bento Freitas – nesta terceira passagem dele pelo Brasil – no dia 4 de novembro. Neste período, ele trabalhou para conhecer a estrutura administrativa do clube e traçar um diagnóstico, que irá embasar o planejamento para 2016. Na entrevista ao DIÁRIO DA MANHÃ, o gerente executivo do Xavante fala desse desafio na Baixada.
DM – Qual a avalição dessas três primeiras semanas de trabalho na gerência executiva do Brasil?
Armando – O trabalho está sendo bem positivo, mas ainda não propositivo. Esta primeira fase foi mais direcionada a conhecer todos os setores do clube e diagnosticar aquelas questões que nós estamos tendo os maiores problemas. A partir daí começar uma segunda fase, que é a fase do planejamento.
DM – Qual sua conclusão sobre o diagnóstico desta primeira fase do seu trabalho?
Armando – O que é importante que nosso torcedor saiba e tenha conhecimento, pois faz parte da transparência da gestão do Ricardo (Fonseca, presidente do Brasil) é a dificuldade financeira, que o clube se encontra. É fácil presumir que por estarmos vivendo um acesso à Série B, uma divisão muito importante do futebol brasileiro, que por magia, de uma hora para outra, nossos problemas vão se exaurir. Muito pelo contrário, para chegar aonde chegamos, a direção do clube fez malabarismo para cumprir, para premiar… Isso nos fez lançar mão da receita de primeiro semestre, toda a receita do Gauchão. Portanto, nos próximos seis meses, nós estamos contando somente com o nosso quadro social, porque mesmo os patrocinadores vão aguardar um pouco mais a aproximação da Série B – exceto aqueles parceiros que nós já temos há algum tempo, que estiveram conosco sempre, nos momentos mais difíceis.
DM – Qual é teu principal desafio no Brasil?
Armando – Não diria um grande desafio. Nós temos que procurar ir crescendo em todos os setores. O Brasil é um clube que teve o futebol crescendo muito nos últimos anos e obviamente toda a outra estrutura não pode seguir no mesmo ritmo. Então nós temos que dar um segmento estrutural e organizacional ao clube em todos os setores para consolidar o clube entre os maiores do futebol brasileiro, porque o futebol nos trouxe a esse status de estar entre os 40 maiores do futebol brasileiro. Mas isso não se dá de uma hora para a hora. Vai precisar de seis meses a um ano para serem observada essas mudanças.
DM – O futebol do Brasil mudou de status com o acesso à Série B do Brasileiro. Mas como você vê a estrutura do clube para sustentar esse salto conquistado dentro de campo?
Armando – Sem dúvida nenhuma nós vamos enfrentar equipes muito mais qualificadas, que trabalham em estruturas muito maiores, pois justamente esse é o grande desafio do Brasil. É fazer com que a estrutura do Brasil acompanhe o crescimento que o futebol teve. Mas sem dúvida nenhuma nós estamos convivendo com clubes de uma estrutura especial, porque estão entre os 40 principais do futebol brasileiro.
DM – Como você define suas atribuições no dia a dia do clube?
Armando – É trabalhar em todas as áreas, lavando as ideias, a filosofia, as diretrizes da diretoria executiva para o processo diário do clube.
DM – No futebol, qual será sua participação?
Armando – Espero que seja a melhor possível, procurando sempre oferecer mais condições para que o futebol tenha tranquilidade. Mas não terei ingerência no vestiário.