Doceiros buscam certificação para a Fenadoce 2017
Assim como a champanhe francesa possui um selo próprio de origem que a torna reconhecida no mundo todo, os produtores do doce pelotense também caminham na mesma direção.
A indicação geográfica da produção dos doces é o que garantirá aos produtores a certificação que comprovará a qualidade e o reconhecimento do produto através do projeto “Polo Gastronômico de Pelotas e Rio Grande”, que une o Sebrae/RS, a Associação de Produtores de Doces de Pelotas e a Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas (CDL). Na Fenadoce 2017, que acontecerá de 31 de maio a 18 junho, os resultados do projeto já poderão ser observados.
Criado em 2015, o projeto visa qualificar o trabalho das doceiras para que possam garantir às suas empresas o selo de procedência. A intenção da organização da Fenadoce é de que a partir de 2018 todos 15 os doces tradicionais – quindim, bem casado, ninho, camafeu, papo de anjo, olho de sogra, pastel de Santa Clara, panelinha de coco, trouxas de amêndoas, fatia de braga, queijadinha, broinha de coco, beijinho de coco, amanteigado e doces cristalizados – só possam ser comercializados na feira com a devida certificação. O selo garante, por exemplo, que o doce é feito a partir da receita tradicional, mantendo, assim, a tradição da produção.
De acordo com a presidente da Associação de Produtores de Doces de Pelotas, Luciana da Silva, o processo para a certificação não é complicado. “O processo mais difícil é a rastreabilidade, por fugir da rotina diária de produção do doce. Existem planilhas em que tem que ser anotado todo o andamento da fabricação, desde que a mercadoria entra na produção até a finalização do doce”, explica ela. O número gerado no selo é a maneira de o cliente saber a procedência do que está consumindo.
Para Luciana, a certificação preserva a qualidade, tradição e originalidade das receitas dos doces tradicionais de Pelotas. “Isso agrega muito porque o meu cliente terá a certeza da qualidade do produto, é um diferencial perante aos outros produtores que não apresentam um produto da mesma qualidade comprovada”, afirma. Assim como ela, Simone Bica, proprietária da Xica Doces, defende a preservação do doce. “A certificação vai garantir que realmente se preserve a identidade do doce e se possa dizer que ele é nosso, é de Pelotas”, salienta. A empresa de Simone está atualmente passando pelo processo para garantir a certificação. “Até 2018 com certeza já teremos a certificação, o processo está bem adiantado”, conta ela.
O Sebrae oferece suporte e capacitação para que as empresas possam se adequar ao processo. Atualmente, oito empresas que estarão na Fenadoce 2017 estão inseridas no projeto e participando do processo de certificação: Tuca Doces, Dona Xica, Renata Doces, Nanda Doces, Doces Santa Clara, Nina Doces, Fábrica de Doces Monalu e Mestre Kuka.