Diário da Manhã

Por: Henrique König

Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (2), o volante Leandro Leite encerrou sua vitoriosa trajetória com o Grêmio Esportivo Brasil enquanto atleta. Foram oito anos e meio (desde maio de 2012), nove temporadas ao todo, 389 jogos, título da divisão de acesso, vice-campeonato gaúcho e principalmente os acessos nacionais, que fizeram o time escalar da Série D para Série B do Campeonato Brasileiro, onde o Xavante mantém sua posição nos últimos anos.

“Sou muito feliz aqui e sou grato a todos, aos torcedores, aos funcionários, às pessoas que passaram. Grato pelo meu crescimento profissional, enquanto pessoa, enquanto ser humano, são legados que vou levar para minha vida toda. Hoje o Brasil ganha mais do que um torcedor, ganha uma pessoa que é apaixonada pelo clube”, destacou o volante.

Leandro demonstrou a humildade de relembrar principalmente as histórias do começo de sua trajetória no Bento Freitas, como a partida em São Leopoldo, contra o Aimoré, debaixo de muita chuva e com a torcida xavante invadindo o gramado ao final do jogo para comemorar. Ao lado dos dirigentes Ricardo Fonseca e Cláudio Montanelli, foram lembradas passagens do início conflituoso, como o clube driblou a falta de dinheiro e teve na comissão técnica liderada por Rogério Zimmermann um projeto para dar a volta por cima. “Se

um dia eu puder voltar em outra missão, sei que as portas estão abertas, mas o que mais desejo é que o clube continue crescendo. O Brasil ainda tem muito a dar ao seu torcedor”, alegou Leandro Leite.

A coletiva de imprensa chegou a ser interrompida porque o torcedor prestou à sua homenagem como mais gosta: cantando alto. Entoaram o nome do capitão. “O que a torcida do Brasil faz, esse carinho, precisa sempre ser destacado. Às vezes a gente erra, faz parte do futebol, mas eu sempre procurei acertar para ver a torcida do Brasil feliz.” Leandro relembrou que os jogos decisivos pelos acessos, do estadual aos nacionais, foram fora de casa, então as chegadas, as voltas para Pelotas sempre foram marcantes, com a recepção da torcida rubro-negra. “Desde a primeira festa que fizeram, a gente ficou comentando e seguimos trabalhando porque queríamos mais” – e conseguiram.

Capitão em momentos marcantes: em visita à menina Luiza Gonzalo, que sofreu com confusão da torcida em 2015; na sua casa por oito anos, o Bento Freitas; em campo com o Xavante e no desfile dos uniformes novos em 2020
Fotos: por ordem: Carlos Insaurriaga / globoesporte.com / Jonathan Silva / João Antônio Ferreira

Por fim, o volante propõe que o Brasil precisa sempre de muitos líderes. Citou a figura do remanescente Leandro Camilo: “um cara sensacional, respeitado, quem trabalhou aqui gosta dele. O Sousa também, está numa crescente. As dificuldades vão surgir e aí entra uma liderança forte. Então o que a gente fala para os jogadores que chegam é para almejarem deixar o Brasil acima de onde pegaram, hoje é em uma Série B. Precisamos nos doar ao máximo aqui dentro para isso.”

Muito aplaudido, Leandro Leite recebeu as homenagens, agradeceu novamente ao torcedor pelas últimas palavras e pelo apoio nas temporadas e posou para as últimas fotos. Ainda sem encerrar a carreira de jogador, o Bento Freitas ainda pode voltar a ser a casa do goiano novamente. “Em outra missão”, como ele disse.