É CAMISA 9 : Os gols decisivos de Nena
Quando o Brasil precisou em momentos decisivos, Nena estava na área adversária para executar a missão principal de um centroavante: marcar gols. Agora que o time define, contra o Fortaleza, o acesso para a Série B do Brasileiro, o camisa 9 se inspira em jogos de um passado recente para simbolizar a esperança dos rubro-negros.
A trajetória de Ygor da Silva, 33 anos, no Brasil pode ser contada a partir dos gols decisivos que marcou nestes quase dois anos no Bento Freitas. Foi dele contra o Veranópolis, em 2014, o gol que deu ao Xavante a conquista do título do interior no Campeonato Gaúcho. Sua capacidade de finalização também foi decisiva para que o Brasil chegasse ao momento atual no Campeonato Brasileiro. Em Brasília, no ano passado, Nena marcou o gol na derrota de 2 a 1 para o Brasiliense, que levou a decisão para os pênaltis. O time pelotense festejou a classificação no Distrito Federal.
Já garantido na Série C, o Brasil foi à final da quarta divisão nacional, contra o Tombense, por conta de gols decisivos de Nena. Ele fez os dois no empate por 2 a 2 diante do Londrina no Estádio do Café. Nesta temporada, o atacante entrou para a história do futebol gaúcho por ser o autor do gol da primeira vitória de um time do interior diante do Grêmio na Arena. Também foi Nena quem fez, no finalzinho do jogo, o gol diante do Flamengo na derrota de 2 a 1 no Bento Freitas, forçando a realização do segundo jogo no Maracanã pela primeira fase da Copa do Brasil.
Depois de perder a posição para Leandrão, Nena retornou ao time com a mesma capacidade decisiva. Marcou o segundo gol do time na vitória de 2 a 0 diante do Tupi, em Juiz de Fora, a qual garantiu o Xavante nesta decisão de vaga na Série B contra o Fortaleza. Dos últimos cinco gols do time, quatro foram marcados por Nena – isso em quatro jogos desde que retornou a titularidade.
ASCENSÃO XAVANTE : Primeiro passo, após derrota acachapante
O primeiro passo do Brasil para chegar à decisão de uma vaga no Campeonato Brasileiro da Série B do Campeonato Brasileiro foi dado em maio de 2012. Como sempre, as mudanças mais importantes ocorrem na sequência de derrotas acachapantes. O time rubro-negro perdeu em casa para o Brasil de Farroupilha por 2 a 0 e caiu todo o departamento de futebol, levando junto o treinador Marcelo Rospide e o preparador físico Polaco.
O presidente Ricardo Fonseca assumiu o comando do futebol e foi atrás de Rogério Zimmermann que, meses antes, operando um “milagre”, salvou o Canoas do rebaixamento no Campeonato Gaúcho. O treinador retornava ao clube, onde tinha feito história oito anos antes. Zimmermann havia tirado o Brasil em 2004 de um martírio de cinco anos na segunda divisão.
Zimmermann pegou um grupo com mais de 30 jogadores e sem ter pontuado ainda na segunda fase da Segundona. Logo na sua terceira partida e na sua estreia no Bento Freitas, viu a equipe levar 3 a 0 do Passo Fundo. Naquele momento, ele viu que necessitava mudar o elenco radicalmente. Mesmo assim, o Xavante reagiu na competição e chegou a sonhar com a classificação para a fase final. Ficou a dois pontos do segundo classificado, o Passo Fundo.
Contratando alguns jogadores, como Cirilo, Washington, Marcos Paraná e Moises; e recuperando outros como Leandro Leite e Alex Amado, o Brasil voltou a orgulhar a torcida no segundo semestre. Decidiu com o Juventude o título da Hélio Dourado. Perdeu a taça no empate por 0 a 0 no Bento Freitas, depois da derrota de 2 a 1 no Alfredo Jaconi. Mas o time de Zimmermann conseguiu algo inédito na história xavante: a conquista de uma vaga na Copa do Brasil.