Economistas defendem ajuste fiscal
A importância do ajuste fiscal e de sua efetividade foi o ponto em comum entre os três convidados do workshop Brasil: Desafios e Oportunidades Frente à Nova Conjuntura, realizado quinta-feira, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. Promovido pelo Sistema FIERGS, por meio do Fórum de Economia da entidade e o IEL-RS, o evento teve o jornalista britânico Michael Reid como palestrante, além dos economistas Marcos Troyjo e Aod Cunha. Ao abrir o evento, o vice-presidente da entidade, Humberto Busnello, lembrou a importância de debates como o de hoje para “compor uma plataforma de relançamentos do Brasil como país competitivido, capaz de brilhar novamente na constelação das nações”.
Reid destacou que há quatro tendências mundiais que são apontadas pelo Conselho de Inteligência Nacional dos Estado Unidos: o empoderamento individual, a multipolaridade, o envelhecimento e a urbanização e o aumento das demandas de recursos. “O Brasil talvez esteja vivendo seu maior desafio”, disse Reid, explicando que na sua opinião o ministro da Fazenda é hoje mais importante que a Presidente . “O ajuste fiscal é fundamental, mas deverá ser mais longo e doloroso do que o previsto”, disse ele. “A produtividade brasileira está pobre e é preciso tornar o Estado mais eficiente. Além disso, investir em infraestrutura é a chave para o crescimento”, comentou. O jornalista, autor do livro Brasil: a turbulenta ascensão de um país, falou também que é preciso investir mais em educação e “ensinar melhor”. Após declarar que o Brasil não deverá crescer quase nada até 2020, Reid elencou algumas oportunidades que estão surgindo como a crescente demanda por recursos como água, alimentos e energia. “Aqui, sempre após a esperança veio o desapontamento. Agora temos o desapontamento, talvez em breve tenhamos a esperança”, concluiu.
O economista e cientista político, Marcos Troyjo, falou sobre A chegada da reglobalização e seus impactos no Brasil destacando que o Brasil precisa aumentar seus parceiros, fortalecendo as cadeias globais de produção, a fim de combater a extroversão da China. “Para isso, é necessário um ajuste da política econômica e uma nova política comercial”, destacou. Aod Cunha insistiu na importância do ajuste fiscal e na enorme dificuldade em fazê-la. “É um período de crise o que torna a tarefa ainda mais difícil”, relatou em sua palestra sobre Crescimento Global e ajuste macroeconômico no Brasil em 2015. Cunha salientou ainda que “se conseguirmos, é urgente começar a pensar em algo mais perene, uma estabilidade fiscal”.