Diário da Manhã

sábado, 23 de novembro de 2024

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ELEIÇÃO 2020 : Gestão operária com o PCO na Prefeitura

21 outubro
09:40 2020

O Partido da Causa Operária (PCO), concorre ao Executivo com a campanha “Trabalhador vota em Trabalhador”

Por Carlos Cogoy

Quarto partido com mais candidatos nas capitais em 2020, o Partido da Causa Operária (PCO), também está concorrendo em municípios de médio porte, ou polos regionais. Criado em 1997, oriundo de uma ala operária e comunista do Partido dos Trabalhadores, o PCO critica o governo Bolsonaro, e defende a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2022. Em Pelotas, organizando-se há dois anos, o partido está na disputa à Prefeitura. A chapa que tem o número 29, apresenta o eletricista Eduardo Ligabue como candidato a prefeito. Como vice, o motoboy e estudante de filosofia José Nilson Maesk.

Candidato a prefeito Eduardo Ligabue

Candidato a prefeito Eduardo Ligabue

PREFEITO – Natural de Porto Alegre, Eduardo Ligabue tem 43 anos e reside no bairro Santa Terezinha. Ele está radicado em Pelotas há dezenove anos. Casado com uma pelotense, é pai de uma filha. Na formação, curso profissionalizante de eletricista no então Colégio Técnico Industrial (CTI/FURG) – atual Instituto Federal RS (IFRS – campus Rio Grande). Como diz, questionando-se acerca da desigualdade, exploração e preconceito, ingressou no curso de Ciências Sociais da UFPel. Mas, frisa o candidato, não chegou a concluir a graduação. Profissionalmente, trabalha na área de manutenção de caminhões e veículos pesados. O candidato acrescenta: “Assim como Porto Alegre, Pelotas também é a cidade na qual me sinto em casa. Tenho praticamente 44 anos, e gostaria de fazer o melhor pela cidade que me acolheu tão bem”.

Vice José Nilson Maesk

Vice José Nilson Maesk

VICE – José Nilson “Nil” Koms Maesk tem 31 anos, estuda filosofia na UFPel, e profissionalmente atua como motoboy. Ele observa que teve o primeiro contato com o PCO em 2018. Já a filiação ocorreu em 2020.

OPÇÃO PARTIDÁRIA – Eduardo Ligabue menciona sobre a trajetória política: “Sempre me envolvi em política e gosto. Tive o primeiro contato com o partido há dois anos, mas ainda era muito incipiente. No começo deste ano, é que ingressei realmente. E o trabalho tem sido para a expansão do PCO na região”. Em relação à preferência partidária: “Somos militantes do PCO. É um partido revolucionário, pois o PCO sempre foi um critico ao atual sistema econômico, bem como o golpe de 2016 que, através do governo ilegítimo de Temer, desferiu ataques à classe operária e trabalhadores em geral. Em 2018, denunciamos aquela onde da ‘paladinos da justiça’ que, através da prisão arbitrária de Lula, tirou o principal candidato à Presidência. Então, não calamos diante de eleições fraudulentas. O PCO levantou a bandeira contra as arbitrariedades, sem pensar em eleição, mas considerando a consciência política”.

GESTÃO OPERÁRIA – Na campanha ao executivo municipal, o PCO apresenta uma proposta de gestão operária, invertendo prioridades, e priorizando ações para a maioria da população. Assim, medidas direcionadas para as vilas e bairros, qualificando a infraestrutura, e valorizando o serviço público. Eduardo Ligabue observa sobre a gestão 2017/2020: “Avaliando a gestão atual, fica evidente o descaso com o povo mais necessitado. A administração pública trabalha quase que exclusivamente para a burguesia. Os problemas dos bairros periféricos e operários, como saneamento, transporte e saúde, nunca são resolvidos. Quando existe, o atendimento é de baixíssima qualidade, e não muda. Uma administração, ao invés de obedecer as determinações da burguesia e classes dominantes, deveria priorizar onde há mais carência e necessidade”.

INFRAESTRUTURA – Eduardo Ligabue ressalta a lisura e transparência na gestão. Conforme reflete, o poder público tem se mostrado vulnerável a interesses do capital. Numa Prefeitura, a administração tem a chave do cofre. Com isso, em geral, está na mira de barganhas, negociatas, e troca de favores. “O sistema está corrompido, e os partidos, tanto de esquerda quanto direita, brigam por cargos, o que favorece os desvios e corrupção. Já o PCO é um partido revolucionário. Assim, o capital público será para proporcionar um bom salário aos servidores, e vida digna à população. Temos pouco espaço, mas nossa campanha é pela conscientização”, diz.

PRIORIDADES – Entre os compromissos divulgados pela campanha do PCO, conforme Eduardo Ligabue, está a manifestação de que o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP), não será privatizado, tampouco entregue a alguma parceria público-privado. Outro destaque do candidato, é a melhoria das ruas na periferia. Ele exemplifica o contraste entre a atenção que recebe uma avenida, como a Dom Joaquim – reduto da classe média alta -, e a realidade de localidades como o Sítio Floresta e vila Princesa. Em relação ao transporte, a ênfase é na rigorosa fiscalização do serviço prestado à comunidade. Assim, ao contrário do que tem ocorrido em diferentes regiões da cidade, será exigido o cumprimento da planilha de horários. Sobre a mobilidade urbana, Eduardo Ligabue salienta que o transporte público será priorizado, em especial nos horários de deslocamento dos trabalhadores. Ele compara os congestionamentos em locais, como a avenida Fernando Osório. Ao entardecer, ônibus transitam lotados, enquanto há veículos que têm apenas o condutor. O fluxo terá de priorizar o transporte coletivo. Outro aspecto, serão as campanhas para a educação no trânsito, que poderão contribuir para humanizar a convivência entre os motoristas. Diante do déficit no município, compromete-se a lutar para a busca de verbas. O PCO não realizará a terceirização de serviços. O candidato frisa a campanha nacional do PCO, que considera o salário de R$5 mil, um valor básico a todos os trabalhadores, para uma vida com qualidade no Brasil.

DM entrevista PCO 29 logoCOMPROMISSO POPULAR – Eduardo Ligabue afirma: “O PCO sabe das dificuldades, que os trabalhadores enfrentam diariamente. Entende que as politicas regionais, nos estados e municípios, estão diretamente relacionadas às práticas e aos interesses do grande capital, que é capitaneado pelo governo federal. E essa é nossa luta. Vamos concorrer em vinte capitais e mais cinquenta municípios. Queremos mostrar às pessoas o caráter do partido, e tentar resgatar a consciência dos eleitores. Não temos a ilusão que, com uma Prefeitura ou mandatos de vereadores, conseguiremos mudar a lógica do sistema burguês e seus partidos burgueses. Mas ali estaremos. Para lutar pela população pobre, periférica e esquecida, manipulada pelos partidos de sempre”.

CONCIENTIZAÇÃO – E acrescenta: “O compromisso do candidato do PCO, é ser um porta voz do partido, seja em qual localidade for, e não ser um candidato de si próprio, usando o partido como instrumento pessoal. Falando no partido e, em seu nome, e não ao inverso. As candidaturas operárias sempre irão contrastar com legendas como a da atual administração, e digo, o PCO não quer ser o ‘gerente do capital’. Buscamos  a quebra da lógica desse sistema, com a conscientização dos operários, dos trabalhadores em todos os aspectos, lançamos candidatos para buscar isso. Não vamos nem queremos mentir para a população tão desgastada com os problemas atuais, e que veem cada vez mais seus direitos irem por água abaixo, à mercê de uma crise sanitária, e assistindo a uma administração pública que negligencia isso. Lutaremos por saúde, educação, infraestrutura, valorização dos servidores, dignidade a todos os trabalhadores, operários, servidores públicos, desempregados, estudantes, enfim, oferecendo condições digna de vida para os esquecidos. Defendemos  educação, saúde, habitação, transporte, todos públicos e com qualidade, com grandes aportes de recursos, valorização dos servidores, com salários dignos, como para todos os trabalhadores. Essa é nossa luta”.

FORA BOLSONARO – Avaliação da chapa que tem o número 29 em Pelotas, sobre os dois anos de governo Bolsonaro: “Lutamos pelo fora Bolsonaro e os golpistas. Defendemos a candidatura do ex-presidente Lula, e a esquerda como um todo apoiando o ex-presidente. O ilegítimo governo Bolsonaro é um retrocesso, governo ancorado em pautas morais, destruição de direitos trabalhistas, entreguismo do patrimônio público, sucateamento das empresas estatais, negligência da crise sanitária, enfim podemos listar uma enciclopédia com os maus feitos desse governo ilegítimo. Por isso o PCO levanta a bandeira: Fora Bolsonaro e todos golpistas!”

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Rafael Freitag

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