Em artigo, Paula Mascarenhas rebate acusações do SIMERS
Eis aqui minha palavra
PAULA SCHILD MASCARENHAS
Prefeita de Pelotas
Os reiterados ataques feitos a mim e a meu governo pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul têm fácil explicação. Não imaginei que um sindicato tradicional como esse, que representa uma categoria importante de profissionais optasse por estabelecer contato com um governo pela imprensa, mas não me furtarei a adotar esse canal nas respostas que tanto pedem, sobretudo em respeito à população, que precisa e merece ser informada sobre as motivações de tal postura arrogante, intransigente e falaciosa.
No dia 13 de julho, data em que, coincidentemente, estabelecemos a Mesa de Negociação do SUS, o Simers vem a público cobrar ações do município. Ora, justamente, por saber que os médicos há muito tempo pedem uma negociação para o estabelecimento de um Plano de Carreira, decidimos instituir tal Mesa de Negociação, nos moldes propostos pelo Ministério da Saúde, que prevê a participação de todos os segmentos de profissionais ligados à área. Mas o Simers, que ouviu de nós a proposta – nas tantas reuniões que já mantivemos com o Sindicato, em que pese o fato de que a representação legítima dos médicos estatutários da Prefeitura é do Sindicato dos Municipários de Pelotas (SIMP) – parece querer agora uma negociação de gabinete, a portas fechadas, envolvendo apenas os interesses dos médicos e cria, para isso, subterfúgios para criticar o governo sem revelar sua verdadeira motivação: essa postura é uma retaliação à revogação que fiz à portaria que permitia aos médicos trabalharem quatro horas nas Unidades Básicas de Saúde, quando todos os outros profissionais cumprem a jornada de 6 horas. Essa alternativa tinha sido buscada no governo anterior, como forma de manter os médicos nos postos, mas foi revogada no início do mês de maio último por recomendação do Ministério Público. O Simers busca, com esses ataques, desinformar a população, e atacar um governo que não está cedendo a sua pressão corporativa e sua busca por privilégios para uma única categoria de servidores.
A área da saúde é sempre uma das mais delicadas para um governo. Por mais que se faça, há sempre novas demandas e problemas a serem enfrentados, reconhecemos isso. Mas impõe-se aqui relembrar os tantos avanços que temos alcançado nos últimos anos. A primeira UPA da cidade é uma realidade, acaba de completar um ano, tendo atendido mais de 60 mil pessoas, diminuindo em 80 pessoas por dia a demanda no Pronto Socorro. A Prefeitura cobre 70% de sua manutenção. A Rede Bem Cuidar já está instalada em três unidades básicas de saúde e foi reconhecida nacional e internacionalmente como um novo conceito em atendimento básico. Unidades Básicas de Saúde têm sido reformadas e ampliadas, oferecendo maior qualidade a servidores e usuários. Adquirimos vagas em Comunidades Terapêuticas para tratamento de dependentes químicos, conforme compromisso de governo. O convênio com o hospital de Bagé já permitiu o atendimento oftalmológico de mais de mil pessoas, das quais 900 passaram por cirurgia. Trabalhamos para implantar a partir de 2018 o teleagendamento de consultas em nossas unidades básicas, para terminar com o problema das filas. Afirmo aqui meu respeito pelos médicos, cuja atividade é imprescindível para a população e que nem sempre encontram representação sindical à altura da dignidade de sua profissão. A saúde em Pelotas tem avançado a olhos vistos, o que não significa dizer que não há ainda questões a resolver e problemas a enfrentar. Estamos prontos para isso.
Reitero aqui minha disposição ao diálogo, minha crença nas soluções a serem encaminhadas a partir das discussões francas e abertas que serão estabelecidas na Mesa de negociação do SUS, e, sobretudo, afirmo que ameaças não me intimidam, ao contrário, reforçam minha coragem e minha convicção de que devo destinar todos os meus esforços e minhas energias para atender sempre ao interesse público, mesmo quando isso signifique enfrentar interesses privados e de uma grande corporação.