EM BRASÍLIA : Comitiva pelotense reivindica Hospital Escola de grande porte
Manter o projeto original que prevê a construção do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), com 364 leitos, foi o tema da reunião, nesta terça-feira (19), em Brasília, entre lideranças políticas e da sociedade civil de mais de vinte municípios que compõe a mobilização das lideranças políticas da Zona Sul, do Estado do Rio Grande do Sul, com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), General Oswaldo Ferreira, e com representantes do Ministério da Saúde e demais entidades.
Durante o encontro, a comitiva, liderada pelo presidente da Câmara dos Vereadores de Pelotas, Cristiano Silva (PSDB), reivindicou que o projeto, lançado há quase dez anos, para a construção do Hospital Escola da Universidade de Pelotas (UFPel) seja mantido com o número de leitos previstos, beneficiando uma população de quase 1 milhão de pessoas da região, que precisa de um hospital público com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A reunião foi muito produtiva. Seguiremos lutando até a data prevista da apresentação do projeto para que ele seja contemplado com os 364 leitos previstos originalmente”, disse o vereador Cristiano, que aproveitou para entregar documentos ao presidente da EBSERH. Entre eles, o apoio da Associação dos Municípios da Zona Sul (AZONASUL) para a manutenção da construção do projeto original.
Atualmente, o projeto que está sendo feito, prevê a construção do Hospital Escola com cerca de 250 leitos. Este projeto, com número de leitos menor, é uma iniciativa da reitoria da UFPel. Para o presidente da Câmara de Pelotas, há tempo de debater com a Instituição e entes públicos para a retomada do projeto inicial. Segundo Silva, a reformulação proposta não deixaria a base estrutural para ampliação de forma vertical. “Se o bloco 2, o que discutimos hoje, for reduzido da forma que está sendo colocada, não haverá espaço para ampliação de forma horizontal”, salientou ele.
“Iremos conversar com a Universidade e tentar entender o porquê desta redução do número de leitos. Acredito que com diálogo e trabalho junto com a bancada gaúcha, na Câmara dos Deputados e Senado Federal, vamos disponibilizar os recursos necessários para construir o hospital com os 364 leitos”, afirmou Cristiano Silva.
O presidente da EBSERH, Oswaldo Flores, ressaltou o momento econômico difícil em que o Brasil e o mundo estão vivendo e por isso não pôde se comprometer com os 364 leitos, mas entende que se o acordo com a Universidade for selado e os recursos financeiros obtidos junto aos parlamentares e ao Ministério da Saúde, poderá ser possível uma readequação. “Sou muito sincero, agora não dá para atender a demanda da comitiva, pois não tenho o aval da Universidade e nem dinheiro para manter todos os leitos. Mas isso não impende que vocês lideranças políticas possam trabalhar com a reitoria para mudar esse projeto e buscar recursos para isso.”, disse Flores.
A diretora do curso de Medicina da UFPEL, Julieta Fripp, também defende que é possível que o projeto possa conter a previsão dos 364 leitos. “Entendo a situação econômica do Brasil, mas acredito que o projeto original com os leitos completos deve ser feito neste momento, mesmo porque a obra não começa “amanhã”. Então, até como medida de economizarmos dinheiro público, seria fundamental ter esse projeto pronto e quando a verba for disponibilizada não será necessário fazer outro projeto para a ampliação”, explicou.
Já o senador Luis Carlos Heinze (PP), afirmou que tentará intermediar um encontro com a reitoria da Universidade e solicitou empenho dos vereadores da região para que possam buscar com os deputados federais e senadores mais recursos para área da saúde em toda a região.
O deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB) participou do encontro e afirmou que trabalhará no Orçamento da União do próximo ano para viabilizar recursos para mais leitos de saúde em Pelotas. “Temos que nos unir para buscar recursos, seja para o aumento de leitos neste projeto da HE UFPEL ou para os outros hospitais públicos da cidade. Já destinei emendas parlamentares para a saúde, seguirei destinando e vamos agora buscar mais recursos nas emendas de bancada para inserirmos no Orçamento da União”, disse.
Também participaram do encontro o vice-presidente da EBSERH, Eduardo Vieira; o diretor de Ensino, Pesquisa e Atenção à Saúde, Giuseppe Gatto; o assessor Especial do Ministério da Saúde, Daniel Pereira; o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS), Maicon Lemos; e o representante do Conselho Municipal de Saúde de Pelotas, Jaime Fonseca.
A BUSCA POR UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE
Em 2012, foi lançado o edital de licitação para a construção do HE-UFPel com previsão na época de 364 leitos. Este projeto foi aprovado em 2015.
Recentemente, o projeto foi redimensionado e o número de leitos reduzido para 250, com possibilidade de nova diminuição.
Atualmente o prédio do hospital é locado e conta com 175 leitos. Desses, apenas 54 são destinados para retaguarda da Rede de Urgência e Emergência (RUE), que recebe os pacientes oriundos do Pronto Socorro Municipal (PSM) e de outras cidades.
A cidade de Pelotas é referência em saúde pública na região e por isso a necessidade de um hospital de grande porte com 100% dos atendimentos realizados pelo SUS para beneficiar os municípios vizinhos e os quase 1 milhão de pessoas que habitam neles.
VEREADORES PRESENTES
Também estiveram presentes os vereadores de Pelotas, Paulo Coitinho (Cidadania), Reinaldo Magalhães (PSD), Marcos Ferreira (PTB), Jair Bonow (PP), Rafael Dutra (PTB) e Michel Escalante (PP); Canguçu: Jardel Oliveira (PSDB) e Oraci Teixeira (PSB); Santa Vitória do Palmar: Júlio Silveira (PT) e Jucely de Aguiar (PT); Amaral Ferrador: João Martins (PSDB); Pedras Altas: Diego dos Santos (PT); Arroio Grande: João Larrosa (PT); São Lourenço: Renan Hartwing (PP).