EMPREGOS : Pelotas registra pior queda em 14 anos
Resultado de levantamento feito pelo Ministério do Trabalho aponta o ano passado como o pior dos últimos 14 anos
Ministério do Trabalho apresenta dados que mostram situação negativa na Princesa do Sul em 2014 e positiva em Rio Grande no comparativo com o ano 2013
Os dados são do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. E não são muito animadores: Em 2014, Pelotas teve apenas 201 empregos criados. É o pior fechamento de ano desde 2002. O resultado mostra uma queda de 1.424% em relação ao ano de 2013 – quando foram geradas 2.863 novas vagas. Já Rio Grande registrou 944 novas vagas em 2014, um aumento de 55% em relação a 2013, quando foram gerados 519 novos empregos.
De acordo com o Caged, em Pelotas, o setor que mais vem registrando queda é a indústria: em 2014, foram fechadas 737 vagas. Já o setor que mais cresceu foi o de serviços: desde 2013, foram criadas 2.580 novas vagas.
Para o professor de Economia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Ubirajara Ruas, a geração de empregos em Pelotas é muito instável, dependente de setores fortes de Rio Grande, como construção civil e indústria.
“Se lá vai mal, a situação reflete diretamente por aqui”, explica. De acordo com o economista, o crescimento no setor de serviços é impulsionado pelas instituições federais no município.
Em Rio Grande, mesmo com o crescimento em vagas formais, a construção civil é o pior setor na geração de empregos. Foram fechadas 608 vagas formais. Em 2013, foi ainda pior: 1.278 vagas deixaram de existir. O ápice da geração foi em 2012, quando foram registradas 7.238 novas vagas.
Segundo o presidente do Sindicato da Construção Civil de Rio Grande, Braudelino Coelho, a queda é um reflexo da situação atual do Polo Naval.
“Com a desaceleração, a procura tem sido maior do que a oferta, já que muitos trabalhadores vindos de outras partes do Brasil e atraídos pelo Polo Naval não encontram mais emprego”, afirma. Mas o cenário pode piorar. Braudelino não vê perspectivas otimistas na região para o ano de 2015.
A queda nos empregos na Zona Sul do Estado acompanha as tendências regional e nacional. No Rio Grande do Sul, foram criadas 23,8 mil vagas em 2013, o que dá 73% a menos que em 2014. E no Brasil, a redução foi de 64%, com uma que de 1,1 milhão de empregos em 2013 para 396 mil gerados no ano passado – é o menor número desde 1999.
A criação de novos empregos nos últimos 12 anos.
PELOTAS
2002: 1.269
2003: 869
2004: 624
2005: 628
2006: 1.979
2007: 3.153
2008: 1.690
2009: 2.489
2010: 4.076
2011: 3.785
2012: 1.513
2013: 2.863
2014: 201
RIO GRANDE
2002: 946
2003: 1.041
2004: 1.789
2005: 1.092
2006: 2.011
2007: 1.613
2008: 789
2009: 818
2010: 2.791
2011: 3.216
2012: 7.238
2013: 519
2014: 944