Empresas de leite não pagam produtores
Fetraf-RS decidiu entrar com ação na Justiça em nome dos agricultores familiares. Ação será ajuizada na próxima semana, e vai notificar as empresas Promilk e LBR.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul, Fetraf-RS/CUT decidiu, ontem, entrar com ação na justiça, em nome dos agricultores familiares, contra empresas de leite inadimplentes com os produtores.
A medida visa cobrar judicialmente o pagamento que não ocorre desde o mês de agosto deste ano. A ação tem previsão de ser ajuizada na próxima semana e vai notificar as empresas Promilk e LBR.
Desde agosto de 2014, quando a crise leiteira se acentuou no estado, a Fetraf-RS está levantando informações sobre a situação, sensibilizando sociedade e governos para o caso e, estabelecendo negociação com organizações devedoras.
Até ontem, 15, a Fetraf-RS aguardava o pagamento da Promilk, porém, em reunião realizada com o diretor Érico Rex, a Federação foi informada de que, a empresa está entrando na justiça com pedido de recuperação judicial por não receber o pagamento da LBR para a qual revendia o leite recolhido nas propriedades rurais.
Em contato telefônico realizado pela Fetraf-RS com a assessoria de comunicação da LBR, a empresa confirmou que possui dívidas com a Promilk e, que não há previsão de quitação dessas. Segundo levantamentos realizados, a LBR está em processo de recuperação judicial, ou seja, o pagamento aos credores está condicionado à justiça. Ainda, além das pendências financeiras com a Promilk, a Fetraf constatou que há várias cooperativas e laticínios que esperam receber da LBR para pagar os produtores de leite.
DIRIGENTES da entidade reuniram-se ontem
A ÚNICA empresa que está propondo uma negociação administrativa, com vistas para a solução dos débitos com os agricultores é a Mondaí (empresa a qual havia sido interditada com a operação “Leite Compensado”, mas que teve liberação de funcionamento esta semana). Em reunião realizada ontem, 15, entre a Fetraf-RS, Fetraf-Sul e representantes da organização, foi proposto um acordo de pagamento entre as partes e, marcado novo encontro para a próxima terça-feira, 21, com o objetivo de assinatura do documento.
COM BASE nas investigações feitas e, histórico de conversas realizadas com as empresas, a Fetraf-RS está convicta de que neste momento a alternativa que representa maior eficácia para o pagamento dos agricultores é a cobrança judicial. Para a coordenadora geral da Fetraf-RS, Cleonice Back, “a decisão em curto prazo nos leva à justiça pois, avaliamos que as mobilizações neste momento não seriam eficazes tendo em vista que as empresas estão com as ações direcionadas no âmbito da justiça”. Ainda, para a coordenadora, “não há dúvida de que os agricultores estão vivendo uma das maiores crises da cadeia produtiva de leite, pois, mais uma vez chegamos no dia 15, e cerca de 4 mil agricultores gaúchos estão sem pagamento pelo produto vendido”, destaca.
