Entidades patronais manifestam contrariedade à aprovação de reajuste de 8% no Piso Salarial Estadual

Fecomércio e Fiergs alertam para os riscos da medida no contexto de crise e reconstrução pós-enchentes
A Fecomércio-RS manifestou “profunda preocupação” com a decisão da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul de aprovar o reajuste de 8% no Piso Salarial Estadual, “contrariando os apelos do setor empresarial e ignorando o atual cenário socioeconômico do Estado”.
Segundo a entidade, a medida, que eleva o diferencial entre o piso regional e o salário mínimo nacional para cerca de 18%, desconsidera os desafios enfrentados pelas empresas após as severas enchentes de 2024, bem como o recente reajuste de 5,25% já concedido em dezembro do ano passado.
Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a medida fixa um custo que muitos não conseguirão absorver. “É lamentável que, em um momento tão delicado, o Poder Legislativo imponha mais um peso sobre as costas das empresas. Essa decisão pode comprometer ainda mais a geração de empregos e dificultar a retomada da economia gaúcha”, afirma.
A entidade reforça a necessidade de políticas públicas que priorizem a sustentabilidade dos negócios locais, especialmente os de pequeno e médio porte, e seguirá atuando em defesa do setor empresarial e da geração de empregos no Rio Grande do Sul.
Sistema FIERGS lamenta aprovação de reajuste no salário mínimo regional em percentual acima da inflação
Aprovado nesta terça-feira (3) pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o projeto de lei do governo estadual que reajusta em 8% o piso regional é considerado inadequado e injustificável pelo Sistema FIERGS. O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Claudio Bier, reitera o posicionamento contrário à medida e à adoção do piso regional no estado. Desde o último reajuste, em dezembro de 2024, a inflação acumulada é de 2,98%, conforme projeção do Monitor do INPC da FIERGS.
“A aprovação do reajuste do mínimo regional representa um obstáculo à geração de emprego e renda. A medida eleva custos, desestimula o crescimento econômico do estado e compromete a competitividade das empresas gaúchas. O Sistema FIERGS, junto a outras entidades empresariais do Rio Grande do Sul, há muito tempo defende a extinção do mínimo regional. Os mais impactados serão, infelizmente, os pequenos e médios industriais, que não dispõem do fôlego financeiro necessário para absorver os efeitos negativos de uma decisão tão descolada da realidade econômica,” afirma Bier.
Para o coordenador do Conselho de Relações do Trabalho do Sistema FIERGS, Guilherme Scozziero, trata-se de uma decisão que impõe custos adicionais significativos em um momento no qual as empresas ainda enfrentam dificuldades para manter empregos, reconstruir estruturas e retomar suas atividades. “A indústria gaúcha acumula retração real de 5% no biênio 2023–2024, e esse reajuste, desproporcional e acima da inflação, compromete ainda mais a competitividade. A medida pode agravar o quadro de estagnação que afeta a economia industrial no estado,” destaca.
O Sistema FIERGS reitera seu compromisso com a valorização do trabalho, mas entende que isso deve ser feito com responsabilidade e alinhado à realidade econômica do setor produtivo. Destaca, ainda, que as condições de remuneração devem ser tratadas de forma negociada entre empresas e trabalhadores, respeitando as peculiaridades de cada setor, localidade e momento econômico.