Entre o basquete e o handebol
Por: Henrique König
Eduardo sempre foi um amante do esporte. Aos 25 anos, uma trajetória de conquistas desde a adolescência e o desenvolvimento pessoal nas modalidades do basquete e do handebol o levaram a cursar licenciatura em Educação Física. Na UFPel, ainda vai em busca do bacharelado para a licenciatura plena e confessa o desejo de trabalhar com o basquete, correndo atrás de especializações na área. Talvez um futuro técnico ou um analista de desempenho em alto nível.
Deu mostras de que é possível. “O basquetebol sempre foi uma paixão minha, desde os oito ou nove anos. Comecei a jogar no IF-Sul como atividade extraclasse em 2010 e depois iniciei no handebol em 2013.” Em campeonato nacional, conquistaram o 2º lugar em 2015 no basquete e o 3º lugar no handebol. Até hoje foram os melhores resultados em esporte coletivo do IF-Sul Pelotas a nível brasileiro.
“Mas a maior conquista são as relações que a gente constrói com o esporte. É uma questão de valores, aprendizados muitas vezes na marra, como lidar com a derrota e a frustração. O esporte é uma ferramenta que contribui muito para a formação pessoal. Assim entrei na Educação Física em 2017. Pretendo me especializar no basquete. Já realizei alguns cursos e participei de eventos”, alega Eduardo.
Após começar no handebol do IF em 2013, passou pelo projeto HBC e APAH/HBC em Pelotas. Finalmente, o elenco adulto migrou para representar o Clube Brilhante. Venceram os Estaduais em 2018 e 2019, nas duas últimas edições. “Muita dedicação e luta nossas, até porque não é a nossa profissão. Mas a gente fica muito feliz de servir de inspiração para quem está começando.”
O Brilhante iniciou um projeto de base para o handebol. Eduardo Guimarães é um dos professores, com Roger, Ricardo Barbosa e Rita Dinegri. “Temos os naipes masculino e feminino, a partir dos 10 anos. Enquanto jogador, fico feliz de guiar os meninos. Estou responsável pela equipe júnior-juvenil. É um novo desafio.”
Sobre a pandemia, a paralisação foi o termo maior para o handebol, assim como as outras modalidades também foram afetadas. Eduardo acredita que o cenário ainda é muito complicado, mas pode melhorar daqui a alguns meses. “Todo mundo que conhecemos está passando por alguma dificuldade.”
A categoria de base está providenciando o retorno, mas o elenco fica dividido para atividades. Alguns jovens ainda não regressam. “É complicado, a gente também tem muito medo.” Eduardo acha positivo o cenário de vacinação chegar ao futebol. “Quanto mais gente vacinar é melhor. Se o futebol tem prioridade pelo contexto histórico, ser paixão mundial, pelo número de pessoas envolvidas, é melhor para tocarem o trabalho deles. A gente fica na expectativa, porque a projeção das vacinas nos dá um certo ânimo. Retornar agora, para nós, ainda não faz muito sentido, porque não tem cenário de competições. Teremos que fazer um trabalho de reabilitação pelo tempo parados, para prevenir lesões, mas ficamos no aguardo para voltarmos de vez, sem parar novamente.”
Ainda em modo de espera, Eduardo relembra a evolução conquistada pelo time adulto do Brilhante. “Não tínhamos uma base tática, havia lacunas, até por muitos começarem tarde na modalidade. A professora Rita insistiu muito no tático, em entender o sistema e jogar de forma mais inteligente. Foi um salto de qualidade gigantesco para o coletivo. Participamos também da Liga Sul-Brasileira em Balneário Camboriú e ficamos em 4º lugar.” O atleta elogia a treinadora Rita pela contribuição com os conhecimentos que ela adquiriu conhecendo o Brasil através do handebol. Também destaca que ela soube lidar com o elenco de personalidades fortes.
No cenário estadual, Dudu lamenta uma redução em número de equipes interessadas, mas observa a presença já de um clássico, contra o time AECB, de Campo Bom. “Nos encontramos nas finais.” O tradicional adversário também foi convidado para prestigiar os Jogos Abertos de Pelotas. O atleta comemorou o aumento do nível da competição, em função
da final disputada em ginásio lotado na ESEF. Também agradeceu ao apoio nos jogos que eram realizados no Clube Brilhante, sempre com bons públicos.
“A torcedora mais especial de todas estava lá, a Helena, minha filha, assistindo a seu primeiro jogo. Foi emocionante.”
Para a sequência da história do Handebol do Clube Brilhante, apoiadores são bem-vindos. Interessados em patrocinar e participar da caminhada dos atletas e das categorias de base podem procurar a secretaria do clube.