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domingo, 24 de novembro de 2024

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ENTREVISTA : “A idade é apenas um número”

11 agosto
09:23 2014

Márcio Hahn atravessa um dos melhores momentos da carreira e atribui ao técnico Rogério Zimmermann sua boa produção em campo

Aos 37 anos, Márcio Hahn corre como um menino no meio-campo do Brasil. Com o técnico Rogério Zimmermann, ele passou a jogar mais à frente e tornou-se um dos destaques da equipe rubro-negra. Ele vive um dos melhores momentos da carreira e nem pensa ainda em “aposentadoria”. Quer mais é curtir a boa fase nesta segunda passagem pelo Bento Freitas. Ele vestiu a camisa xavante pela primeira vez no Campeonato Brasileiro da Série C de 2010.

Quando é questionado sobre a importância do técnico Rogério Zimmermann para o Brasil e a influência em sua carreira, Márcio Hahn não economiza elogios ao comandante. Ele só lamenta não ter tido antes a oportunidade de ter trabalhado com o treinador. “Eu teria ganhado muito mais dinheiro”, afirma.

Márcio Henrique Borges Hahn, natural de Torres, construiu uma longa trajetória no futebol, que começou no Caxias, em 1997. No time grená, ele foi campeão gaúcho, com o comando de Tite em 2000. Depois passou por clubes como Internacional, Cruzeiro, Atlético/PR, Novo Hamburgo, Juventude, entre outros.

DIÁRIO DA MANHÃ – Você está com 37 anos, mas correndo com um guri. Qual o segredo?

Márcio Hahn – Primeiramente muito trabalho. A gente vem trabalhando para que isso aconteça. O nosso preparador João (Berchorner) e o professor Rogério (Zimmermann) fazem um grande trabalho, então a gente procura nos treinamentos fazer o máximo para, quando chegar os jogos, a gente estar totalmente 100%.

DM – É correto dizer que você passa por um dos melhores momentos de sua carreira?

Hahn – É um dos melhores com certeza, tanto na questão de parte física, tática e técnica. Eu tenho evoluído bastante com o professor Rogério. Tenho jogado em mais de uma função e isso, com um grupo experiente também, com jogadores que já passaram por grandes equipes, faz com que a equipe cresça e a gente cresça junto.

DM – Isso é uma demonstração de que nunca é tarde para evoluir…

Hahn – Com certeza, a gente trabalha para isso. A gente tenta sempre atingir o limite. A gente sabe que para o ser humano não existe limite, mas a gente está sempre buscando a excelência, trabalhar no dia a dia, buscar o máximo para estar sempre bem condicionado e poder ajudar a equipe.

Márcio Hahn acompanha a um jogador do Maringá: marcação forte e liberdade para a jogada ofensiva, quando o Brasil tem a posse da bola Foto: Alisson Assumpção/DM

Márcio Hahn acompanha a um jogador do Maringá: marcação forte e liberdade para a jogada ofensiva, quando o Brasil tem a posse da bola
Foto: Alisson Assumpção/DM

DM – Você é um volante, que vem jogando de meia e, inclusive, desempenhando bem a função ofensiva. Isso significa que houve adaptação perfeita à nova função?

Hahn – Quando a gente tem a bola, não só eu, como todos os demais jogadores do meio-campo, o Leandro Leite e o Washington, têm a liberdade para sair para o jogo. Nossa equipe tem trabalhado bastante para isso. Primeiramente marca muito forte, mas quando tem a posse da bola, a gente sai e tem a total liberdade para chegar na frente, entrar na área, fazer os gols… Ajudar o pessoal da frente. Então estou totalmente adaptado, feliz, momento bom, numa equipe que dá as condições para se fazer um bom trabalho.

DM – Lá no começo da carreira, você esperava chegar aos 37 anos jogando assim em alto nível?

Hahn – Olha, a gente sempre procura trabalhar. Eu tenho vivido o dia a dia, é lógico que estou com 37 anos, mas para mim é apenas um número. Eu não me coloco como uma pessoa com 37 anos, porque estou me sentindo muito bem fisicamente. Eu me sinto um jogador experiente, mas com totais condições de exercer um belo futebol. Então para mim, o 37, a minha idade, é apenas um número. Para alguns surpreende, mas com a evolução do futebol, da parte física, você vê em outras equipes jogadores com 39, 40 anos, jogando futebol de primeiro escalão. Para mim, o que importa é o trabalho e se cuidar fora de campo, se preparar bem. Eu tenho certeza que vou muito longe ainda.

DM – Você declarou recentemente que se tivesse trabalhado antes com Rogério Zimmermann, teria ganhado muito mais dinheiro. Qual a importância do treinador no atual estágio de sua carreira?

Hahn – Eu já trabalhei em grandes equipes, clubes grandes do futebol brasileiro, e nunca tive um treinador com a qualidade do professor Rogério. É um profissional, como eu sempre falo, que o Brasil tem que procurar sugar o máximo dele, porque, além de um baita profissional, é uma excelente pessoa. É um formador de atletas, não foi por acaso que trabalhou mais de 10 anos no Grêmio e revelou grandes jogadores. Está fazendo esse excelente trabalho aqui no Brasil e, nesta segunda passagem pelo clube, é só vitória. Subiu o clube duas vezes, foi campeão gaúcho do interior. É uma pessoa que conhece muito bem futebol, um estudioso. Um cara que trabalha bastante, que procura a excelência. O segredo de tudo isso é o trabalho do dia a dia, que ele faz que o jogador entenda como que é o futebol. Eu tenho chegado a esse estágio pelo trabalho que ele faz aqui, já são quase dois anos… Eu falo ainda para os mais novos para eles aproveitarem essa oportunidade. Treinadores têm muitos, mas o professor Rogério, além de mostrar como se faz, ele explica por que o jogador está fazendo aquilo. Assim, o jogador vai correr certo e a produtividade dele vai aumentar; e a equipe vai sair ganhando.

DM – Você já projeta o que irá fazer após encerrar a carreira de jogador ou nem pensou nisso ainda?

Hahn – Não pensei ainda. Eu espero jogar ainda bastante tempo. É claro que um dia vai acabar essa carreira de atleta, de poder estar jogando. Mas não parei para pensar, porque pretendo continuar jogando, nunca tive problema de lesão grave, não sou de me machucar. Quero curtir cada momento, cada dia que venho para treinar e procurou aproveitar ao máximo o treinamento, me dedicar ao máximo, porque é um dia a menos na carreira. 

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