Diário da Manhã

domingo, 24 de novembro de 2024

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ESCOTISMO : Mais de 100 anos de valores concretos

26 março
16:02 2015

A camisa azul cheia de insígnias, o lenço no pescoço, a meia que vai até o joelho e a bandeirinha hasteada em um mastro improvisado, carregada pelo líder do grupo, são símbolos pra lá de conhecidos. São os escoteiros. Nossa cidade foi uma das pioneiras em aderir ao movimento no Brasil.

A primeira escola de escoteiros de Pelotas foi oficializada em 1914, mas já em 1912 iniciava a história do escotismo na cidade. Neste mesmo ano o grupo foi agraciado com uma honrosa menção no Almanaque do Centenário de Pelotas, organizado pelo ilustre João Simões Lopes Neto. O tripé em que se funda a ética escoteira ainda é “Deus, Pátria e o Próximo”. A lei escoteira, com seus dez artigos, afirma uma noção rígida de moral, honra e lealdade.

O ano do nascimento desta atividade é 1908, quando o inglês Baden-Powell (ver Box) publicou o primeiro manual de adestramento, o Escotismo para Rapazes. Começava ali uma história que acabou por tomar proporções inimagináveis para o experiente militar, então com 51 anos de idade. Na caserna, o xará do famoso violonista brasileiro aprendeu os ensinamentos práticos e morais que seriam a base para a nova instituição que acabara de criar.

João Paulo, Patrick, Michel e Maurício

João Paulo, Patrick, Michel e Maurício

OS ESCOTEIROS DA PRINCESA DO SUL

Segundo Luis Paulo Pencarinha de Moraes, chefe do Grupo de Escoteiros São Francisco de Assis, a influência inglesa no início do século XX em Pelotas (depois intensificada com a instalação do frigorífico Anglo) contribuiu para o pioneirismo da cidade e para uma característica peculiar: o tradicionalismo do escotismo pelotense em relação aos preceitos de Baden-Powell. Pencarinha, como é conhecido, aprofundou seus conhecimentos com pós-graduação, cursos, encontros, reuniões e tem hoje uma série de certificados, nacionais e internacionais, de  capacitação.

“Minha maior satisfação como chefe escoteiro é ver os meus guris se tornarem um sucesso”, confessou Pencarinha. Os quatro compenetrados jovens, que visitaram o DM junto com o chefe do Grupo São Francisco de Assis, carregam uma porção de lições e histórias do escotismo para as suas vidas pessoais. Patrick Augusto, 15 anos, monitor da Patrulha Guarani; Michel Clariso, 18 anos, monitor da Patrulha Charrua; João Paulo Jardim, 16 anos, monitor da Patrulha Xavante e Maurício da Silva Freitas, 17 anos, monitor da Patrulha Minuano. Estes quatro jovens já fizeram curso de sobrevivência na selva, já acamparam em toda a região sul, já acumularam muitos conhecimentos práticos e morais para suas vidas e já contaram e ouviram muitos “causos” na beira da fogueira.

Atualmente existem seis grupos escoteiros em Pelotas. Iguassu, que é o mais antigo e foi fundado pelo entomologista Milton de Souza Guerra, Humaitá-Sul, Itaipu, Itapoã, São Francisco de Assis e Voluntários da Pátria. A chama dos ensinamentos de Baden-Powell continua acesa na cidade, e o orgulho em fazer parte desta instituição pode ser visto estampado no rosto dos escoteiros da Princesa do Sul.

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