ESPIRITISMO : Preconceitos e reencarnação
Hoje às 20h, palestra “Preconceitos na visão espírita”
Por Carlos Cogoy
Experimente substituir os instantes de queixa por momentos de serviço ao próximo e observa os resultados. A mensagem de autoria do espírito Emmanuel, inscrita num quadro, destacava-se quarta à noite no salão do Centro de Espírita Jesus – Praça José Bonifácio 52. E a sugestão foi reiterada na fala do pesquisador, escritor e professor Marcelo Gil. Durante uma hora ele explanou sobre “Preconceitos e reencarnação”, na terceira palestra do projeto “Luz para todos”. Nesta sexta também às 20h, sequência à programação com o tema “Preconceitos na visão espírita”. A abordagem será de Edmilson Ferreira (Sociedade União e Instrução Espírita). É sugerida a doação de quilo de alimento não perecível.
Palestrante Marcelo Gil
REENCARNAÇÃO – Orador talentoso, Gil afirmou: “A reencarnação é o processo através do qual, individualmente, trabalhamos para atingir a perfeição. Cada um tem sua própria jornada ao longo das reencarnações. E a meta é, conforme o próprio ritmo, cessar a necessidade de reencarnar. A doutrina diz que o mecanismo é que regula um processo natural. De acordo com a lei de ação e reação, o que fazemos produz resultado sobre nós. Nesse processo somos constrangidos a experienciar a consequência daquilo que praticamos. Diante dessa dinâmica, Deus não castiga nem necessita perdoar. E, nos primeiros cristãos, o tema da reencarnação foi discutido entre teólogos.
Santo Agostinho, que muito auxiliou Kardec na organização da doutrina espírita, escreveu a respeito. Nos primeiros séculos do cristianismo, houve debate acerca da reencarnação. A conclusão, porém, indicou como heresia. E prevaleceu a ideia da ressurreição. Mas, neste ano, a teologia deparou-se com encruzilhada. Recentemente o Papa Francisco declarou que o inferno existe mas não é eterno. E disse também que Deus tem formas de salvar os pecadores, mas não as conhecemos. Até então o suicida iria sofrer no inferno eterno. Mas o Papa contrariou, o que abre a possibilidade para o conceito da reencarnação. Afinal, podemos estar encarnados e viver no sofrimento. Quem não ouviu a expressão ‘Minha vida está um inferno’? Ora, se a igreja aceitar que teremos outras oportunidades, terá de acatar a reencarnação”.
SEM PRECONCEITOS – E Gil acrescentou: “Nossa posição ao longo das reencarnações, vai variando ao infinito. Então os preconceitos não se sustentam. Alguém que está numa posição social hoje, poderá voltar noutra bem diferente. O senhor de escravos poderá reencarnar para o trabalho duro na fazenda que lhe pertenceu. Nas questões étnicas, de gênero e nacionalidades, também há variações. O negro hoje, amanhã virá como branco, a mulher será o homem, o francês será o indiano. Em relação ao gênero, o espírito possui duas polaridades sexuais. Se encarnasse apenas como homem, não chegaria à perfeição sem vivenciar a maternidade. Como as reencarnações são sucessivas, podem ocorrer problemas de ajustes, o que explicaria a homossexualidade. Após muitas encarnações como mulher, num retorno como homem, poderão ocorrer ajustes com o novo corpo. E pesquisas nos Estados Unidos e até no Brasil, têm comprovado as lembranças de vidas anteriores. Isso derruba a resistência do materialismo dos britânicos que, diante do processo de regressão, consideravam que inconscientemente era inventada uma outra vida. Na verdade, trata-se de memória e não imaginação. E o espiritismo avança de par com o progresso, aprofundando temas, explicando em detalhes, demonstrando com exemplos claros, precisos e elucidativos”. O palestrante aconselhou a leitura de livros ditados pelo espírito André Luiz.
