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sexta, 03 de maio de 2024

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ESTIAGEM : Deputados gaúchos buscam soluções urgentes em Brasília

17 fevereiro
08:59 2022

Uma delegação de parlamentares gaúchos, de várias siglas partidárias, esteve em Brasília terça-feira em missão oficial da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Liderados pelo presidente Valdeci Oliveira (PT), os deputados foram em busca de alternativas para amenizar o grave problema da estiagem no estado. O deputado Edegar Pretto (PT), que integrou a missão e foi o proponente da pauta junto com os movimentos do campo, participou das reuniões em dois ministérios.

COMITIVA esteve em dois Ministérios
Leandro Molina

Para Pretto, a estiagem não está sendo olhada como uma questão recorrente, porque ano após ano o Governo do Estado só toma alguma atitude depois que a situação já se agravou. “Nós precisamos de políticas permanentes para um assunto que vem se repetindo e que é possível prever. Essa missão foi proposta no dia da posse do presidente Valdeci, que me recebeu, junto a uma delegação de movimentos sociais do campo, e nós combinamos que aconteceria essa missão oficial. E aqui estamos, a Assembleia e a Câmara Federal, buscando homens e mulheres que olhem para o campo agrícola do nosso Rio Grande. Essa missão aqui em Brasília é o resultado das nossas lutas, junto com os movimentos do campo, que estão pedindo socorro há quase dois meses”, denunciou.

DECEPÇÃO foi a palavra utilizada por Edegar Pretto para descrever a reunião no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), onde os deputados foram recebidos pelo ministro em exercício Marcos Montes. “A ministra Tereza Cristina esteve no Rio Grande do Sul no dia 12 de janeiro, há mais de um mês, e o governador Eduardo Leite esteve aqui em Brasília, e nada aconteceu. O que a gente percebeu aqui foi uma desorganização completa. Quando acabou a reunião, o representante do ministro pediu para que a Câmara ajudasse a buscar orçamento para o Plano Safra e crédito emergencial. Até aqui, infelizmente, nós não temos por parte do governo, que deveria centralizar as ações no Ministério da Agricultura, nada de concreto e nada organizado”, declarou o deputado.

Já a reunião no Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) trouxe um sopro de esperança para os agricultores e municípios que já tiveram a situação de emergência reconhecida pela União. A partir de um pedido formal, que deverá ser feito pela administração municipal, o ministério vai disponibilizar cestas básicas no valor de R$ 208 reais, durante três meses, para famílias de até três pessoas das áreas rurais. Famílias com mais número de integrantes terão acesso a um valor maior. O MDR também vai liberar a locação de caminhões-pipa para o transporte de água. A proposta é viabilizar dois veículos para cada 20 mil habitantes, durante três meses. Além disso, o município receberá um recurso de R$ 20 mil para combustível, durante três meses. A ideia é que o valor sirva para abastecer os caminhões-pipa.

O encontro no MDR teve como anfitrião o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas, que disse que sua função é levar ao ministro e ao Governo Federal as demandas e preocupações apresentadas pela comitiva. Segundo ele, existem dificuldades para que os problemas da estiagem sejam atendidos por causa de burocracias causadas por legislações referentes à área. A sugestão de Lucas é que o estado também desenvolva ações nesse sentido, como contrapartida.

AINDA EM BRASÍLIA, Pretto participou de uma reunião da bancada federal, com deputados estaduais, prefeitos e lideranças de movimentos do campo, onde propôs a criação de uma comissão permanente das bancadas na Assembleia e Câmara dos Deputados, do Senado e do governo do estado, para acompanhamento dos problemas da estiagem. Segundo o deputado, o objetivo é fazer com que as soluções não fiquem na promessa. “Isso é para que a gente possa corresponder à expectativa daqueles que estão esperando um alento, uma palavra nossa, algum apontamento de possibilidades que se possa ter. Se nós não fizermos uma ação efetiva, coordenada no dia a dia, vai ser igual a seca de 2020, em que nada foi feito para ajudar os agricultores”, resumiu.

Conforme o presidente da Assembleia gaúcha, Valdeci Oliveira, a Casa está muito bem representada no Distrito Federal. A delegação conta com 12 deputados, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e lideranças de movimentos do campo. Valdeci entregou um conjunto de documentos de entidades e movimentos sociais, que representam os agricultores, com as principais reivindicações em relação à seca. Ele também reforçou a importância da unidade das bancadas para fazer esse apelo diante dos graves problemas causados pela estiagem no RS.

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