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quinta, 26 de dezembro de 2024

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Estudo apresentado pela AMRIGS mostra aumento exorbitante no preço de remédios e insumos da COVID-19

Estudo apresentado pela AMRIGS mostra aumento exorbitante no preço de remédios e insumos da COVID-19
28 abril
09:10 2021

Os dados apresentados no encontro mostraram um aumento de mais de 3000% no preço dos medicamentos e insumos usados no tratamento de pacientes com COVID-19. O presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), Gerson Junqueira Jr, mostrou estudo relacionado ao tema, provando que os valores foram majorados de forma significativa. Foram solicitados números às seccionais da AMRIGS nas regiões da Campanha; Pelotas, na Região Sul; Caxias do Sul, na Serra e Região metropolitana.

A avaliação levou em conta valores de medicamentos e insumos praticados em 2019 e 2020. A Associação Médica de Pelotas trouxe dados de dois hospitais: o Hospital Unimed de Pelotas, que é um hospital privado e o Hospital Universitário São Francisco de Paula, que é público e ligado a Universidade Católica de Pelotas.

“A ampola que era em março 2019 de Etadina de R$14,45 passou a R$ 63,00 uma variação de 335%. Midazolan, um anestésico, subiu de R$ 3,00 para R$ 20,00, uma variação de 558%. Propofol, outro anestésico, subiu de R$11,50 para R$ 24,00 uma variação de 108,00%. Fentanil, de R$ 2,00 para R$ 5,00, ou seja, uma variação de 143%”, descreveu

A questão atinge não só medicamentos, mas também insumos.

“Uma máscara descartável de tiras, aquela que a gente usa no bloco, era R$ 0,11 e subiu para R$ 0,97, ou seja, aumentou 781%; a máscara de proteção bico de pato, passou de R$ 2,00 para R$ 4,00, 100% de variação. As luvas, de R$ 0,14 para R$ 0,75, quase 431% de aumento. O único insumo que baixou foi uma a máscara descartável de elástico que custava R$ 3,00 no início da pandemia, e hoje custa R$ 0,55. No Hospital São Francisco de Paula, o Atracúrio, também um relaxante muscular e anestésico usado no momento da intubação, subiu de R$ 21,60 para R$ 290, 1342% de aumento e trata-se de um medicamento que hoje no mercado não está disponível para comprar. O Midazolan, subiu de R$ 3,00 para R$ 130,00 quase 4000%, também uma droga hoje indisponível no mercado. Propofol, Ocurônio, que são drogas anestésicas, teve aumento de 1.000% e 2.000%. Naripimefrina de R$ 2,80 para R$ 10,50”. detalhou Gerson Junqueira Jr.

Na Região Serra a Associação Médica de Caxias do Sul mandou os números da Unimed Nordeste.

CPI dos remédios

“As coisas continuam iguais. Variações de 500%, 600%, 1100%. Números muito repetitivos mostrando um aumento substancial. Na região da Campanha, pedi os números da Associação Médica de Dom Pedrito, e mandaram os números da Santa Casa de Caridade de Dom Pedrito. Luva de R$ 0,17 para R$ 0,95. Atracúrio, aumentou 3 vezes. Assim vai repetindo o que vemos em outras regiões. Na Região Metropolitana recebemos os números do Hospital Vila Nova. As drogas para intubação, Atracúrio, de R$ 11,99 para R$ 22,00 quase 100%. Midazolan, de R$ 3,29 para R$ 31,00 ou seja aumentou dez vezes o preço. EPIs, avental descartável, de R$1,20 para R$4,30, máscaras R$ 1,90 agora R$ 7,40. Todos os medicamentos e EPIs tiveram também na Região Metropolitana incremento de preço”, relatou o presidente da AMRIGS.

Dr. Gerson fez uma ressalva em relação a este aumento de preços.

“Temos de lembrar que a demanda de pacientes, na primeira onda, na segunda onda e agora na terceira onda é uma demanda muito alta, o que se reflete nestes números. Estes aumentos acontecem em todos os estados do Brasil, e em todos os países”, finalizou.

O presidente da AMRIGS também se dispôs a compartilhar os dados coletados.

Avaliação 

Na avaliação do presidente da CPI dos medicamentos e insumos da COVID-19, as primeira oitivas cumpriram sua expectativa e fez “uma avaliação positiva, foram trazidos Isto realmente é intolerável e põe em risco a vida das pessoas, configurando um crime contra o consumidor e configura um ato desumano contra as pessoas que precisam destas medicações para sobreviver” afirmou o deputado Dr. Thiago Duarte.

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