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Estudo do DetranRS aponta que 52% dos condutores mortos no trânsito no RS estavam irregulares

Estudo do DetranRS aponta que 52% dos condutores mortos no trânsito no RS estavam irregulares
05 julho
11:23 2022

Mais da metade dos condutores mortos no trânsito do RS no período de 2018 a 2020 foram motoristas e motociclistas alcoolizados, sem habilitação ou com a CNH suspensa, cassada ou bloqueada.

Na véspera do seu aniversário de 25 anos, o DetranRS divulga um estudo inédito, que vai permitir melhores diagnósticos e estratégias mais eficientes de combate à acidentalidade, possibilitado por uma ferramenta de BI (business intelligence).

Para o levantamento Quantitativo de Condutores e Motociclistas Irregulares entre os Mortos Decorrentes de Acidente de Trânsito no RS entre 2018 a 2020, o DetranRS analisou 2.043 condutores que morreram em acidentes cruzando informações do Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública (SSP), cadastro de condutores e sistema de penalidades do RS, além da base de resultados dos testes de alcoolemia nos exames de necropsia do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O estudo observacional transversal constatou que 1.066 (52%) tinham pelo menos uma das situações elencadas como irregulares ante 977 (48%) considerados em situação regular. O percentual de irregulares entre os condutores mortos em acidentes foi exatamente igual para motoristas e motociclistas.

O índice de mulheres irregulares entre as condutoras mortas no trânsito é menor (38%) que entre os homens (53%), e a faixa etária que mais preocupa é a dos jovens: 73% dos condutores de até 20 anos que morreram no período estavam irregulares. Com relação ao local, dia e hora dos acidentes que mais registraram condutores irregulares mortos, destacam-se as noites e madrugadas dos finais de semana nas vias municipais.

O diretor-geral do DetranRS, Marcelo Soletti, ressaltou que o estudo corrobora impressões anteriores; mas agora se confirmam com dados, disse. “Dirigir sob o efeito de álcool, não ter iniciado ou finalizado o processo de habilitação e estar com CNH bloqueada devido à suspensão ou cassação do direito de dirigir são condutas de risco importantes para a ocorrências de trânsito.”

EDUCAR PARA MUDANÇA

Diza Gonzaga, diretora institucional do DetranRS, afirma que esse tipo de diagnóstico deixa mais clara a importância da educação como caminho na busca da transformação dessa realidade. “Nos países onde já se verificam reduções significativas no número de sinistros e de mortes e feridos no trânsito, a educação tem sido a principal ferramenta para se obter estes índices. A engenharia e o esforço legal só terão sucesso quando tivermos a população consciente e educada para uma cultura de preservação da vida, o que já é preconizado no Programa Visão Zero implantado na Suécia e recentemente trazido pelas autoridades de trânsito da Senatran para o nosso país. O Estado tem que cumprir seu papel, por isso, nossa missão é promover a educação para o trânsito de forma permanente, contribuindo para a construção dessa cultura em defesa da vida”, afirma.

Entre os trabalhos realizados e frentes de atuação, acrescenta, destaca-se no RS a criação da Escola Pública de Trânsito do DetranRS, que oferta cursos, atividades, encontros e vivências para os mais diversos públicos: ciclistas, pedestres, professores, profissionais da área de trânsito, credenciados, tanto presencialmente quanto na modalidade de ensino online. “Mas ainda temos muito por fazer”, afirma Diza Gonzaga.

BUSINESS INTELLIGENCE

A ferramenta que permitiu as análises, que vão servir de base para a tomada de decisões estratégicas, dentro do método Visão Zero, trazido da Suécia para o Brasil, que será adotado aqui no Estado também. “O BI ajuda as organizações a analisar um grande volume de dados e cruzar informações de várias fontes, trazendo resultados impossíveis de se obter sem a ajuda da tecnologia.”

O DetranRS prepara a contratação de uma nova ferramenta para disponibilizar as análises para qualquer pessoa interessada, diretamente do site, trazendo maior transparência e abrindo a possibilidade de contribuições da sociedade para a solução dos problemas do trânsito, em especial a acidentalidade.

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