EXPOSIÇÃO : “Bonecas Feias” na Sigmund Freud
Quarta às 19h, mostra “Bonecas feias: incertezas poéticas da arte contemporânea”
Por Carlos Cogoy
Criações que remetem ao questionamento sobre o belo e o feio. “Bonecas Feias: incertezas poéticas da arte contemporânea”, é exposição da artista visual Cláu Paranhos, cuja abertura acontecerá amanhã às 19h. Como local, Espaço Arte Chico Madrid da Sociedade Científica Sigmund Freud – rua Princesa Isabel 280 sala 302.
PESQUISA – Mestranda em artes visuais na UFPel, Cláu Paranhos – recentemente empossada no Conselho Municipal de Cultura -, desenvolve pesquisa sobre “Bonecas Feias”. Ela acrescenta que é o objeto de sua poética visual, e a orientação é da profa. Dra. Alice Jean Monsell. Cláu explica: “Os bonecos, feitos manualmente com materiais diversos, principalmente tecidos, são o principal meio pelo qual observo e investigo as questões artísticas e culturais associadas a padrões do corpo na arte e na contemporaneidade, particularmente em relação ao que se considera ‘belo’ ou ‘feio’, e o modo como a nossa construção de subjetividade possa ser influenciada. As Bonecas Feias são como um desenho que se dá na agulha, no pano do avesso, o que obriga à espontaneidade que talvez já não possua quando faço desenhos, ilustrações, pinturas. Quando finda a costura, desviro o avesso e só então se revela o que foi feito. Nesse processo, o qual é incompatível com qualquer planejamento ou previsão, não há molde, e sim apenas espontaneidade e entrega ao que vier, exatamente como nascem as pessoas, ou seja, criando seres diferentes como as pessoas de verdade e produtores de sentido de ação política, na resistência aos modos de ser da cultura hegemônica”.
FEIÚRA – A artista menciona Umberto Eco: “Em ‘A história da feiúra’, Umberto Eco diz que as diversas manifestações do feio são mais ricas e imprevisíveis do que se pensa habitualmente. A feiúra seria, inclusive, mais divertida do que a beleza”.
TRAJETÓRIA – Cláu Paranhos é natural de Porto Alegre, artista, arte(des)educadora, agente cultural e pesquisadora na área de artes visuais. É mestranda em poéticas visuais pelo programa de pós-graduação em artes visuais da Universidade Federal de Pelotas, na linha de pesquisa: Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano, sob orientação da Profa. Dra. Alice Monsell, onde pesquisa as “Bonecas Feias”. É graduada em Licenciatura em educação artística/artes visuais e no bacharelado em pintura, ambos no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde 2003, participa de exposições e ações artísticas individuais e coletivas nas áreas de performance, pintura, livro de artista, ilustração, teatro e música. Desenvolve oficinas de artes visuais desde 2005. É criadora e integrante do coletivo performático artístico musical ‘Cow Bees’. Atualmente, é co-diretora do Espaço Arquipélago Casa Atelier em Pelotas, onde foi eleita em 2017, representante das artes visuais no Conselho Municipal de Cultura.