FECOMÉRCIO : Queda na intenção de consumo das famílias chega a 34,6% em agosto
O mês de agosto confirma a tendência que vem sendo verificada ao longo de todo o ano: a intenção de consumo das famílias gaúchas voltou a apresentar queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado, com recuo de 34,6% aos 76,7 pontos.
Com isso, o indicador atingiu o menor valor de sua série histórica (jan/2010) e permanece em patamar pessimista. O dado faz parte da pesquisa Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas – ICF, divulgada ontem pela Fecomércio-RS e que conta, no mínimo, com 600 famílias em sua amostra.
Todos os componentes que integram o ICF tiveram uma retração importante, resultado de fatores que vêm sendo evidenciados em pesquisas anteriores, como inflação elevada, redução da atividade que culmina no aumento do desemprego e queda dos rendimentos reais, além do crescimento da taxa de juros e do câmbio. Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o avanço das investigações da operação Lava Jato e a instabilidade política na relação do governo com o Congresso Nacional também têm alguma contribuição no resultado da pesquisa.
O indicador que mede a segurança com relação à situação do emprego caiu 8,4% sobre agosto do ano passado, aos 111,1 pontos. De acordo com Bohn, “o mercado de trabalho vem registrando deterioração significativa nos últimos meses, fato que pressiona o indicador para baixo”. A avaliação quanto à situação de renda alcançou em agosto 89,0 pontos, permanecendo no campo pessimista muito influenciada pelo efeito da inflação sobre a renda real e pela piora da situação do mercado de trabalho.
Os dados relacionados ao nível de consumo atual mostram em agosto uma redução de 35,6% na comparação com a mesma base do ano passado, aos 62,1 pontos. A avaliação referente à facilidade de acesso ao crédito registrou recuo de 43,6% no mesmo período analisado, aos 68,4 pontos; e o referente ao momento para consumo de bens duráveis teve diminuição de 60,2%, aos 47,9 pontos, aprofundando ainda mais o pessimismo. “A elevação dos juros afeta de forma mais significativa o setor de bens duráveis, que geralmente são adquiridos com o uso do crédito. Esse fator, associado a maior cautela na aquisição de bens, justificam o comportamento do indicador”, analisa o presidente da Fecomércio-RS.