Diário da Manhã

segunda, 25 de novembro de 2024

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FEIRA DO LIVRO : Contos e versos no Bolicho Sortido

16 novembro
09:14 2017

Por Carlos Cogoy

Sexta às 19h na 45ª Feira do Livro, advogado, poeta, compositor e radialista Juarez Machado de Farias, estará autografando “Bolicho Sortido”. No livro, contos, versos, causos e crônicas. Conforme o autor, são alguns dos textos escritos durante vinte anos. Em Piratini, onde reside, na Nativa FM apresenta os programas “Canto dos Livres” e “Bem pro sul”. Na internet: nativafmpiratini.com

Autor Juarez Machado de Farias

Autor Juarez Machado de Farias

E aquele peão barbudo, /Com a melena comprida,/ Foi falando, enquanto via/ Toda a peonada reunida./ A peonada leva a tropa/ Pra morrer no matadouro./ Esfola a bunda nos basto,/ O sol véio queima o couro,/ Mas o patrão barrigudo/ É que embolsa todo o ouro. Alguns dos versos do poema “Se Marx fosse peão”, autoria do piratiniense Juarez Machado de Farias, que integra o volume “Bolicho sortido”. De acordo com ele, o poema foi lido na íntegra numa sentença trabalhista em Santa Catarina. Na trajetória, Juarez já publicou volumes com poesias: Verso de Azul (Editora UFPel/1995); “Por aqui as casas falam” (Pallotti/2008). Como compositor e letrista, frequentemente participa de festivais, e acrescenta que já tem mais de cinquenta obras gravadas. Conforme recorda, com a letra de “Estrada Longa” – música e interpretação de Roberto Luçardo -, prêmio de Música Mais Popular no 2º Canto Interuniversitário Rio-Grandense (CIRIO), realizado em 1995 em Pelotas.

PIRATINI – Juarez menciona sobre as raízes: “Nasci na localidade ‘Costa do Barrocão’, terceiro distrito, lugar soturno. Ano de 1968. Minhas influências são muitas mas, inicialmente, fui influenciado pelos poetas Apparicio Silva Rillo e Luiz Coronel. Nasci e vivi até adolescência na referida localidade. O bolicho é imagem muito presente em nossa vida como ponto social entre as pessoas rurais, lugar de contação de causos. Comecei a escrever com nove anos de idade por influência de minha saudosa professora Maria Lúcia Machado da Rosa na extinta escola municipal Machado de Assis, situada também no Barrocão. Meu primeiro poema publicado era intitulado “Mãe” e, para minha alegria, foi divulgado na Sagrada Folhinha do Coração de Jesus, publicado pela editora Vozes, acho que no ano de 1983”.

IDENTIDADE – Juarez observa: “Os festivais nativistas nos legaram um tesouro imenso, por exemplo ‘Desgarrados’ de Sérgio Napp e Mário Barbará. É uma obra importantíssima por meio da qual o gaúcho contemporâneo pode se enxergar, tanto o campeiro como o urbano. Acho que há muitos concursos, apesar da crise atual por que passa nossa nação, e as redes sociais fazem grande divulgação das obras de artistas consagrados e iniciantes. Participei de um festival em Veranópolis, o ‘Serra, Campo e Cantiga’. E participei com três letras. Foi emocionante para mim chegar no local do evento e ver que as crianças, alunas de escolas do município, tinham realizado desenhos sobre as letras. Ou seja, é a melhor forma de divulgação de um trabalho. A arte precisa estar nas escolas para surpreender os alunos. Quantos olhares poderão surgir de crianças e adolescentes sobre as obras apresentadas num sublime processo de interação? Então, fica a sugestão para as escolas trabalharem mais os escritores gaúchos”.

Juarez Machado de Farias obraPELOTAS – Juarez é técnico em agropecuária pelo então CAVG. Entre 1992 e 1996, bacharelou-se em direito na UFPel.

Obra é publicação da Martins Livreiro

Juarez Machado de Farias informa que optou pela Martins Livreiro para publicar “Bolicho Sortido”, pois a “editora tem como marca, a divulgação de obras de cunho gauchesco, ou que versem sobre a temática rio-grandense”. A capa do livro foi criada por Gilmar Sarubbi, e o volume tem cem páginas. O valor é de R$30,00.

ESCREVER – O autor conta que surge a ideia, mas depois é necessário o trabalho de lapidação. “Nada surge pronto”, ressalta. Ele cita o poema “Um pássaro sem sombra”, que surgiu de observação prosaica. Trabalhando como operador na emissora Nativa FM em 1999, pela janela notou um pássaro que pousara sobre a antena parabólica de prédio vizinho.

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