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segunda, 18 de novembro de 2024

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FEIRA DO LIVRO : Estudos sobre Esparta

FEIRA DO LIVRO : Estudos sobre Esparta
12 novembro
08:31 2019

Nesta terça às 19h, pesquisas que contrariam os estereótipos sobre Esparta

Por Carlos Cogoy

Fábio Vergara Cerqueira (UFPel)

Fábio Vergara Cerqueira (UFPel)

Ainda predomina uma visão muito estereotipada sobre a cidade, que segue a inspirar simpatias e antipatias. É um estereótipo, de belicista, agrária, retrógrada e provinciana, construído em oposição a Atenas, que seria o oposto, democrática, comercial, progressista e cosmopolita. Esses estereótipos, enraizados na própria Antiguidade, foram discursos com fins políticos e militares, que foram reproduzidos ao longo dos tempos, até chegarmos na historiografia moderna. Mas o avanço dos estudos mostra uma Esparta real, muito mais diversificada que o estereótipo da Esparta militarista pode fazer pensar. Houve uma Esparta culturalmente dinâmica e articulada com o Mediterrâneo, lugar de circulação não só de mercadorias, mas de intelectuais, de artistas, de músicos. Buscamos trazer ao leitor, com a contribuição de pesquisas recentes, esta visão mais contemporânea, tentando ir além do mito da cidade belicista, e olhar para sua historicidade. Esparta não foi nem mais nem menos bélica do que Atenas, visto que a guerra era de modo geral um componente central da vida na Grécia Antiga. Informações dos professores e pesquisadores Fábio Vergara Cerqueira (UFPel), e Maria Aparecida de Oliveira Silva (Grupo Heródoto/Unifesp), organizadores da coletânea “Estudos sobre Esparta” (editora da UFPel), que será lançada hoje às 19h na 47ª Feira do Livro e Pelotas.

Maria Aparecida de Oliveira Silva (UNIFESP)

Maria Aparecida de Oliveira Silva (UNIFESP)

ENFOQUES – O livro divide-se em três partes, abrangendo os quatro grandes períodos da Antiguidade grega, percorrendo mais de mil anos de história: Parte I – Período Arcaico; Parte II –  Período Clássico e Parte III – Período Helenístico e Romano. No volume, apresentação de Anderson Zalewski Vargas. Entre os autores, José Francisco de Moura e as “Considerações acerca do aumento do controle da vida social na Esparta do século VI a.C.”, Adriana Freire Nogueira (Universidade do Algarve/Portugal), é autora de  “Esparta, o logos enganador”, Rafael Brunhara (UFRGS), aborda a poesia de Tirteu, e a organizadora Maria Aparecida de Oliveira Silva, enfoca “Malícia de Heródoto, segundo Plutarco”. Já a professora Maria Beatriz Borba Florenzano (USP), publica “Esparta: Arqueologia e História de uma pólis excepcional?”. O professor Fábio Lessa (UFRJ), participa com “Mulheres nas práticas esportivas: o caso de Esparta”. O professor titular do departamento de história da UFPel, Fábio Vergara Cerqueira, menciona: “Meu artigo trata de um par de irmãos gêmeos, Jacinto e Polibeia, heróis, ou divindades, espartanos, que receberam importante culto, ligado a ritual de passagem de adolescência e assimilação na sociedade de adultos.

A Velocista em bronze (540/520 a.C.) da Lacônia, está no Museu Britânico

A Velocista em bronze (540/520 a.C.) da Lacônia, está no Museu Britânico

Uma das principais festividades espartanas era organizada em sua homenagem, as ‘Jacíntias’, que proponho estudar neste texto. Entre vários aspectos que analiso, destacaria aqui dois: o componente homoerótico presente no mito de iniciação de Jacinto pelo deus Apolo, pois havia uma relação de amante/amado entre o deus e o herói, que se configurava ao mesmo tempo numa relação mestre/discípulo -; a importância da participação feminina na festa, reforçada pelas evidências arqueológicas encontradas na colônia espartana de Tarento, onde os indícios apontam que o culto a Polibeia era tão importante quanto o culto a Jacinto”. A obra também terá versão eletrônica gratuita, disponível em http://guaiaca.ufpel.edu.br/bitstream/prefix/4795/1/Estudos-sobre-esparta%20.pdf

Mais antigo relevo funerário dedicado a heróis da Lacônia (550/540 a.C.) está em Berlim

Mais antigo relevo funerário dedicado a heróis da Lacônia (550/540 a.C.) está em Berlim

COLETÂNEA “Estudos sobre Esparta”, conforme o prof. Fábio Cerqueira oferece textos acessíveis, com “material atualizado para informar adequadamente nossos estudantes e pesquisadores”.

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