Diário da Manhã

Prefeitura quer colocar a Feira nas ruas 15 de novembro e Lobo da Costa, no entorno da praça Coronel Pedro Osório; livreiros não aceitam e podem realizar evento em local privado. O Parque Dom Antônio Zattera não está descartado.

Uma queda de braço que ameaça a realização da 41ª Feira do Livro de Pelotas. A Câmara Pelotense do Livro, entidade organizadora da Feira está às voltas com a Administração Municipal, que “teima” em tirar o evento do interior da Praça Coronel Pedro Osório para colocá-lo no entorno da praça, pela rua 15 de Novembro. O local não é do agrado dos organizadores. E nem dos livreiros.

No lay-out do novo local, apresentado pela prefeitura, a maior parte dos expositores ficará sobre o leito da rua, em um “L” que vai pela rua 15 de Novembro, frente do HSBC, até a Lobo da Costa, em frente ao Grande Hotel. Os livreiros não concordam com a proposta, haja vista que, segundo eles, as bancas ficarão sobre um estrado de madeira no meio da rua. E o trânsito não será interrompido, sendo que os veículos circularão poucos metros atrás das bancas, gerando riscos de acidentes, atropelamentos e impactos nas bancas.

Os organizadores e livreiros apontam que a Feira é muito freqüentada por crianças e a proximidade com o trânsito é uma preocupação a mais. Eles apontam também que no interior da praça, onde a Feira acontece há 20 anos, não há esse perigo. Ainda sobre o estrado sobre o qual ficarão as bancas, os livreiros temem que o mesmo não aguente o peso e cause mais acidentes e transtornos.

Por outro lado, segundo a presidente da Câmara Pelotense do Livro, Izabel Zschornack, a realização da Feira no interior da praça não danifica o logradouro. Pelo contrário: de acordo com ela, os livreiros colaboram com a preservação do local, pois durante o evento é realizada segurança especial 24 horas por dia.

IZABEL(C) confirma disposição da Câmara Pelotense do Livro em não aceitar a proposta da prefeitura

MARCADA para ocorrer no período entre os dias 31 deste mês e 17 de novembro, a 41ª Feira do Livro de Pelotas corre o risco de mudar de local. E até de não ser realizada. Os livreiros não aceitam a mudança proposta pela prefeitura. E garantem que se a prefeitura não voltar atrás a Feira irá para outro local, privado, ao gosto da Câmara e dos livreiros.

“O prefeito já falou que apóia a decisão da equipe de governo, mais precisamente a secretária de Cultura, Beatriz Araújo, que decidiu o novo lay-out para a Feira, na volta da praça. Isso significa que ele, literalmente, puxou o tapete dos livreiros”, resume Izabel.

Em visita ao Diário da Manhã, ontem, Izabel, mais o livreiro e editor, Marcos Macedo, e a organizadora Theia Bender, firmaram compromisso de se adaptarem à revitalização da Praça, quando esta for restaurada, harmonizando suas estruturas para que o local seja preservado e valorizado, alterando o lay-out da Feira de acordo com as normas de segurança do público, a partir de diálogo com a prefeitura, com vistas a 42ª edição do evento.

O PARQUE DOM ANTÔNIO ZATTERA, uma antiga proposta do vereador Vitor Paladini(PSB) é do agrado da Câmara Pelotense do Livro e dos livreiros. Caso o prefeito Eduardo Leite não volte atrás na decisão da administração a partir da proposta da secretária Beatriz Araújo.

“Primeiramente queremos o interior da praça Coronel Pedro Osório, mas o Parque também é um bom local. Caso não haja acordo vamos procurar um outro local, privado, pois a feira não pode morrer”, pondera Izabel Zschornack, informando que a Câmara de Vereadores entrou na “briga” em defesa da Feira no interior da praça. E vai pedir ao prefeito para reconsiderar a decisão e colocar a Feira na rua.