FEIRA DO ROLO : Economia alternativa reaproveita roupas
Sábado das 14h às 18h30min na travessa Conde de Piratini – ao lado da Bibliotheca -, quarta edição da “Feira do Rolo”
Por Carlos Cogoy
A ideia da jovem estudante Arantxa Von Appen, completou três anos. Até meados de 2014, teve o nome de Mercado das Pulgas – posteriormente adotado pela iniciativa da Prefeitura no Largo do Mercado aos sábados. Inspirada em experiências que têm se propagado em grandes centros urbanos, Arantxa – cursa Design de Moda -, redefiniu o projeto como “Feira do Rolo”. Neste ano, quarta edição. Ela conta que a Feira já chegou a reunir 56 participantes, expondo peças de vestuário e até opções gastronômicas. O público tem oscilado entre duzentos e mil visitantes. Para sábado, a coordenadora informa que o convite está aberto a músicos, coletivos de arte e fotógrafos. Contatos no facebook.com/feiradorolopelotas
ALTERNATIVA – Arantxa menciona acerca do conceito que embasa a Feira do Rolo: “O objetivo é proporcionar espaço ao público para trocar e vender roupas e acessórios. O evento busca a conscientização do consumo, além de promover a sustentabilidade por meio da troca e venda de peças. São unidades que, provavelmente, seriam descartadas por não terem mais uso. Na nova remodelação, a Feira do Rolo tem como objetivo tornar-se uma feira exclusiva do vestuário em Pelotas, contando com a participação de estilistas e marcas de roupas e acessórios da cidade e região.
A criação da feira aconteceu justamente na busca de uma maior interatividade entre o expositor e o público, pois é um espaço onde qualquer pessoa pode levar suas peças e negociar da maneira como quiser. Além de ser um meio de economia alternativa, também promovendo uma reutilização por meio de trocas e vendas das peças que poderiam ser descartadas. O estado das roupas vai do bom senso do expositor, mas recomendo aos participantes que levem peças bem cuidadas e limpas”.
PARTICIPAÇÃO – Idealizadora e coordenadora, Arantxa (20 anos), declara acerca da participação na Feira: “Para participar do evento é necessária inscrição para a edição, ler e concordar com os termos da feira. As peças podem ser desapegos pessoais, usadas e novas, e também contamos com a participação de marcas daqui de Pelotas ou região. Como o objetivo é ser uma referência de feira de vestuário na cidade, então, as peças permitidas são artigos do vestuário, ou seja, roupas e acessórios. Na Feira do Rolo cada participante tem livre arbítrio para definir como negociar, mas o objetivo principal e, acerca do qual, sempre oriento os participantes é o escambo. A troca de peças entre pessoas que não tem mais uso para ambas. Assim, o consumo é diminuído e o reaproveitamento de peças de roupas e acessórios é um ganho para todos. Na quarta edição, participantes como ‘Mistique Bijoux’, ‘Bem ti vi Store’, ‘Gato Preto Não Dá Azar’”.
IDEIA – Em relação à origem e trajetória, Arantxa diz: “A Feira do Rolo surgiu da necessidade de me desfazer das peças de roupa sem utilidade que eu tinha e repor essas peças com novas, procurando pessoas que também tivessem interesse nessa mesma ideia e criando o evento. Dai surgiu o primeiro, que ocorreu no Largo do Mercado Público de Pelotas, inspirado nas feiras de rua que acontecem no mundo todo, onde as pessoas levam seus desapegos ou produtos e expõem na rua para troca ou venda.
A Feira do Rolo começou com o nome de Mercado das Pulgas em agosto de 2012. Em abril de 2014, após um tempo sem organizar o evento, ao pedir autorização para o uso do Largo do Mercado Público, fui comunicada que a Prefeitura de Pelotas estava com um projeto de revitalização da antiga Feira da Princesa e que tinha o interesse de utilizar o nome Mercado das Pulgas. Sem apoio, tive que aceitar o uso em comum do termo como nome e participei por um ano da feira dos antiquários no Mercado Público mas, por divergências de objetivos, separei meu evento e renomeei de Feira do Rolo. A Secretaria de Cultura da cidade é parceira da feira desde o inicio, sempre autorizando o uso do espaço público para realizarmos os eventos. A sequência dos eventos não é regular, mas não por falta de vontade. A dificuldade é que, desde os dezessete anos, organizo sozinha as edições. Além disso, trabalho e estudo. Como os eventos da Feira do Rolo precisam de pelo menos duas ou três semanas de antecedência, envolvendo divulgação e inscrição dos participantes, as datas têm oscilado o que dificulta a periodicidade regular”.