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terça, 14 de maio de 2024

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Feminicídios e latrocínios e tiveram elevação no Rio Grande do Sul

Feminicídios e latrocínios e tiveram elevação no Rio Grande do Sul
16 março
08:22 2022

O segundo mês de 2022 manteve na maioria dos indicadores criminais monitorados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) a tendência de redução vista nos últimos três anos.

Naquele que é considerado internacionalmente a principal métrica de violência, os homicídios, fevereiro encerrou com queda de 15,3% em relação ao mesmo mês de 2021, passando de 144 vítimas para 122, o menor total para o mês desde 2006. É o que mostra o balanço mensal divulgado pela Secretaria da Segurança Pública na terça-feira.

O destaque na queda de assassinatos em fevereiro foi o município de São Leopoldo, no Vale do Rio dos Sinos. Com 240.378 habitantes conforme a mais recente estimativa do IBGE, sendo a nona maior população entre os 497 municípios do Rio Grande do Sul, a cidade terminou o mês de fevereiro sem homicídios.

É a primeira vez desde 2012, quando o número de vítimas desse tipo de crime passou a ser contabilizado individualmente, que São Leopoldo fecha fevereiro sem assassinatos – em 2017, a cidade chegou a pico de 16 assassinatos no período de 28 dias. E mais: neste ano, a cidade também não registrou no mês nenhum latrocínio ou feminicídio.

FEMINICÍDIOS – Depois de iniciar 2022 com um caso a menos em janeiro, na comparação com o primeiro mês de 2021, os feminicídios voltaram a subir em fevereiro. Subiu de seis, no ano passado, para nove vítimas (50%), neste ano o número de mulheres assassinadas em razão do gênero no Rio Grande do Sul. Com isso, o acumulado do bimestre também fica em alta, com dois casos a mais, de 17 para 19 (11,8%).

O perfil das vítimas reforça, mais uma vez, a urgência de conscientização entre a população gaúcha quanto à necessidade de levar à polícia todo e qualquer caso de abuso contra as mulheres tão logo se tenha conhecimento do fato e seja qual for a gravidade aparente. Entre as nove vítimas, eram quatro as que tinham algum registro de ocorrência anterior contra o autor do feminicídio ou outro agressor. Outras cinco acabaram mortas sob o manto do silêncio social que impede milhares de mulheres de darem o primeiro passo para romper o ciclo de violência.

Apesar da resposta das forças de segurança, com elevado índice de resolução – 81% dos 96 inquéritos concluídos e remetidos ao Judiciário – uma mudança de contexto que faça prevalecer o respeito, a igualdade e a proteção merecidas pelas mulheres só poderá se consolidar a partir do engajamento de toda a sociedade gaúcha.

A denúncia, com anonimato 100% assegurado pelas autoridades, é o primeiro passo. Além do 190 da BM para situações de urgência, a SSP mantém o Disque-Denúncia 181 e o Denúncia Digital 181 (ssp.rs.gov.br/denuncia-digital) e a PC disponibiliza o WhatsApp (51) 9 8444.0606, para a comunicação de qualquer suspeita de abuso.

Além desses canais, uma série de outras políticas públicas têm sido criadas e ampliadas visando a proteção da mulher e o combate à violência doméstica. Iniciado em 2019 pela Polícia Civil, o projeto Salas das Margaridas já conta com cinquenta espaços, especialmente preparados para o acolhimento de mulheres vítimas de abusos e agressões, espalhados por todas as regiões do Estado nas Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). A instituição conta ainda com 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (23 DEAMs). Também as Patrulhas Maria da Penha (PMPs) da BM foram ampliadas. O número de municípios cobertos passou de 46, em 2019, para 114, até o momento – um crescimento de 148%. De janeiro a dezembro de 2021, as Patrulhas acompanharam 17.644 vítimas cadastradas e realizaram 49.250 visitas domiciliares. A ação ainda resultou em 137 prisões de agressores por descumprimento de MPUs. As Patrulhas ainda passaram a realizar visitas também durante os finais de semana, o que não acontecia até então.

LATROCÍNIOS – Depois de alcançar no ano passado a menor marca da série histórica, com apenas um caso no mês, o Estado teve cinco roubos com morte em fevereiro (400%) – o aumento percentual elevado se dá em razão da baixa base de comparação, quanto menores os números absolutos envolvidas, maior é a diferença em termos de porcentagem.

Com a alta no recorte mensal, o acumulado dos dois primeiros meses do ano também subiu, de sete casos em 2021 para nove em 2022 (28,6%). No bimestre, contudo, os números atuais de latrocínios, à exceção do recorde alcançado no ano passado, seguem em patamar abaixo do registrado em qualquer um dos anos da série histórica, iniciada em 2002.

ROUBO DE VEÍCULOS – Entre os roubos de veículo, foi mantida a tendência de queda vista ao longo dos últimos três anos. Em fevereiro, o número de casos passou de 474 para 362 (-23,6%) – a terceira menor marca da história para o período de um mês, a frente apenas de julho e agosto do ano passado, que tiveram respectivamente 325 e 316 ocorrências.

ABIGEATO – Para além da zona urbana, os furtos de gado – abigeatos – também estão menos frequentes. Em fevereiro, foram 285 casos em todo o Estado frente a 316 no mesmo mês de 2021, um recuo de 9,8% e a primeira que vez na série histórica que o índice fica abaixo de 300.

ATAQUE A BANCO – Os ataques a banco entre janeiro e fevereiro caíram de nove em 2021, para três neste ano (-66,7%). Na mesma comparação, os roubos a ônibus e lotações reduziram de 224 para 125 (-44,2%).

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